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Cerveja de R$ 1,3 mil é servida em animais empalhados

23 de julho de 2010
3 min. de leitura
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Uma cerveja escocesa cuja garrafa é feita a partir de animais empalhados está provocando polêmica e revolta entre alguns consumidores. Cada garrafa da cerveja The End of History (“O Fim da História”), feita pela cervejaria BrewDog da cidade escocesa de Fraserburgh, custa a partir de 500 libras (cerca de R$ 1.350).

Foto: BBC Brasil

As garrafas são inseridas em animais empalhados, que servem de embalagem para o produto. Entre os animais usados estão sete mustelídeos, quatro esquilos e uma lebre. A cervejaria alega que todos os animais morreram de causas naturais e não foram caçados.

A BrewDog atraiu críticas de duas entidades escocesas, uma de proteção dos animais e outra de combate ao alcoolismo. A Advocates for Animals diz que a ideia de se usar animais mortos como garrafas é “perversa”. “É sem sentido e é completamente negativo usar animais mortos, quando nós gostaríamos de celebrar animais vivos”, disse à BBC a diretora da Advocates for Animals, Libby Anderson.

“É uma forma errada de se pensar em animais. As pessoas deveriam aprender a respeitar os animais, em vez de usá-los como um truque idiota de marketing. Eu espero que as pessoas não joguem fora 500 libras em algo tão macabro.”

Já a Alcohol Focus Scotland, entidade de combate ao alcoolismo, criticou a The End of History, anunciada pela BrewDog como a cerveja com maior teor alcoólico do mundo – 55%. “Isso é outro exemplo de uma companhia passando dos limites do que é aceitável, tudo em nome de táticas baratas de marketing”, disse Bárbara O”Donnell, diretora da entidade.

A BrewDog já foi criticada anteriormente por fabricar cervejas com teor alcoólico de 32% e 41%. Normalmente, o teor alcoólico de uma cerveja comum varia de 4% a 7%. A cerveja também é anunciada pelo fabricante como a mais cara da história. Os donos da cervejaria defendem o produto das críticas.

“Nós queremos mostrar às pessoas que existe uma alternativa às cervejas de corporações monolíticas, introduzindo-as a uma abordagem completamente nova em relação à cerveja, elevando o status da cerveja na nossa cultura”, disse James Watt, um dos fundadores da BrewDog.

Fonte: Terra

Nota da Redação: Neste caso, mesmo que os animais não tenham sido caçados e já tenham sido encontrados mortos (mesmo porque seria criminoso se não fosse assim), a imagem do produto sugere que animais sejam usados para servir aos caprichos humanos – além do desrespeito pelo corpo depois de morto. Repare: o animal, com a garrafa introduzida pela boca, tem seu corpo estraçalhado pelo objeto e, como se sua vida e seus sentimentos não tivessem importância, “fica com a boca aberta” para servir às pessoas que devem se deleitar com o que sai de dentro da “embalagem”. O que aconteceria se uma embalagem fosse feita de corpos humanos? Será possível incentivar a permanência de uma cultura em que os animais sejam tão inferiorizados e coisificados?

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