EnglishEspañolPortuguês

ABANDONO

Cerca de 14 mil animais vivem nas ruas, canil e abrigos de Cuiabá (MT), aponta prefeitura

Abandono e devolução estão entre principais causas do problema; feiras de adoção conseguiram novo lar para 160 cães e gatos em 2022.

7 de janeiro de 2023
5 min. de leitura
A-
A+
Ouça esta matéria:
Cerca de 14 mil animais vivem nas ruas de Cuiabá — Foto: Cedida

Cerca de 14 mil animais vivem nas ruas, no canil municipal e em ONGs de Cuiabá (MT), segundo levantamento feito pela prefeitura, que apontou também que o problema ocorre principalmente pela quantidade de cães e gatos que são abandonados ou devolvidos após serem adotados.

Além dos animais sem lar, os que são vítimas de maus-tratos são acolhidos e abrigados no Canil Municipal, onde recebem alimentação e tratamento veterinário. Atualmente, são 57 cães e gatos no local e, segundo a Diretoria de Bem-Estar Animal (DBEA), não há mais vagas disponíveis para acolhimento.

“Nós contamos com uma equipe multidisciplinar que atua na tratativa das solicitações. As demandas são atendidas seguindo a disponibilidade de recursos previstos em dotação orçamentária”, disse a diretoria.

Cães e gatos são monitorados na capital — Foto: Cedida

Na tentativa de encontrar novas famílias para os animais, campanhas de adoção responsável são realizadas pelo município. Em 2022, foram cinco feitas e 160 animais ganharam um lar.

Porém, a adaptação dos animais à família, e vice-versa, é um dos principais problemas encontrados inclusive pelos voluntários da causa animal.

“A taxa de devolução é baixa, mas acontece. Algumas desculpas são falta de adaptação, mudança de endereço ou até porque o animal cresceu além do esperado”, informou a Associação Luta e União de Amigos para Animais em Risco (Lunaar).

Além disso, a compra e venda de animais interferem na adoção de pets que vivem nas ruas, abrigos e ONGs, conforme a Associação Mato-grossense Protetora dos Animais (Apam).

“Infelizmente, a cultura que vigora em Cuiabá é a de a pessoa ter um animal de raça, principalmente, de porte pequeno. Com isso, podemos dizer que a busca é maior por compra de animais do que por adoção de animais sem raça definida e resgatados”, explicou.

Adoção transformadora

A empreendedora e confeiteira, Anyelle Yolanda Duarte teve a família transformada depois da chegada do vira-lata Frederico e da gata Mia Miagui, ambos adotados.

“O Frederico foi encontrado no linhão da Avenida das Torres. Tentei encontrar os donos, mas ninguém o procurou, então resolvi que precisava adotá-lo. Já a Mia, foi encontrada pela minha filha em um terreno baldio. Estava molhada e machucada, cuidamos dela com o intuito de encontrar uma casa, até meu esposo atender a súplica dos meus filhos e deixá-la ficar”, contou.

Também na capital, o Mosquito foi adotado por funcionários de um posto de combustível, após chegar ao local machucado e desnutrido.

“No começo, a adaptação dele foi difícil, mas, depois, ele acabou se acostumando. É muito bom ter um animal por perto, principalmente em um ambiente de trabalho, onde ele alegra tanto o dia de quem trabalha aqui, quanto dos clientes”, explicou um dos funcionários do posto, Thiago Eloy.

Adoção responsável

Os animais podem ser adotados em feiras realizadas pelo município, ONGs e associações, segundo a prefeitura. No Canil Municipal, interessados em ter cães e gatos na família devem comparecer ao local com cópias dos documentos pessoais e comprovante de residência.

Crime de Maus-tratos aos Animais

O crime de maus-tratos é definido quando o agente maltrata os animais, sejam eles domésticos, domesticados ou silvestres. Segundo o Código Penal, a pena prevista para esse tipo de crime é de 2 a 5 anos de reclusão, estando sujeito a multa e proibição da guarda.

Em Cuiabá, a prefeitura aprovou, desde 2017, oito determinações a favor da causa, entre elas, de proteção aos animais, monitoramento através de câmeras de segurança em pet shop e proibição do uso de correntes curtas no animal.

Fonte: g1

Você viu?

Ir para o topo