A Associação Protetora dos Animais Silvestres (Apass) de Assis (SP) foi nomeada recentemente pelo Ibama e pela Secretaria Estadual do Meio Ambiente como centro de reabilitação de animais silvestres, uma qualificação só concedida a cinco centros deste tipo em todo o país.
A Apass é uma ONG que existe há 13 anos e sobrevive com doações e trabalho voluntário. Neste período, já atendeu a mais de 25 mil animais silvestres que chegam em situação de risco, vítimas de maus-tratos, atropelamentos nas estradas da região e queimadas.
Destes, apenas 30% conseguiram voltar ao seu habitat. “O animal chega aqui em situação precária e quando a gente consegue devolvê-lo à natureza é uma vitória”, diz Natália Godoy, diretora da Apass.
A ONG abriga atualmente aves como araras e papagaios, felinos grandes e pequenos, como onça parda e jaguatirica, e até mesmo alguns indivíduos de espécies ameaçadas de extinção, como o guaxinim brasileiro, que chegou ao abrigo após ser atropelado e ficar com a bacia quebrada e cego de um olho.
De acordo com o biólogo Aguinaldo Marinho de Godoy, presidente da Apass, essa nova qualificação abre a possibilidade para a ONG atuar em várias frentes relacionadas com a proteção à fauna.
A partir de agora, o centro atenderá tanto os animais queimados e atropelados, como os apreendidos e encontrados nas cidades, além daqueles provenientes de programas de reprodução em cativeiro para soltura.
Além disso, o centro de Assis também ficará responsável pela guarda dos animais que ficarem inválidos. “Essa qualificação tem a finalidade de nos credenciar a fazer a reabilitação desses animais e sua posterior reintrodução na natureza. Quando isso não for possível, ficamos com a guarda dos inválidos”, diz Aguinaldo.
Com essa nova qualificação, a expectativa dos dirigentes da Apass é conseguir mais apoio de órgãos estaduais e federais. Afinal, os animais abrigados atualmente na ONG consomem por dia cerca de 80 quilos de carnes, frutas e ração.
Além dos gastos com alimentação, outra preocupação é com o trabalho de voluntários, pois alguns animais, como os carnívoros, que só se alimentam à noite e exigem cuidados especiais.
“Aqui a gente não tem feriado nem fim de semana, é um trabalho de 24 horas, todos os dias”, diz Natália. Ela lembra ainda que com a chegada do inverno e o aumento nas queimadas, cresce o número de animais feridos e de filhotes abandonados que chegam ao abrigo.
Fonte: G1