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Centro de reabilitação de animais marinhos é referência no Brasil

17 de agosto de 2015
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Destinada ao tratamento de animais atingidos por desastres ambientais, instalação em PG recebe hoje pinguins que encalham na costa do Litoral Sul
Em Praia Grande, qualquer animal encontrado na orla é levado para uma instalação, que tornou-se referência na reabilitação de espécies marinhas no Brasil. Um galpão de mais de 700 metros quadrados, localizado no Jardim Guaramar, foi transformado em hospital para atender os pacientes.
A estrutura inicialmente foi montada para poder receber animais que foram atingidos por algum desastre ambiental – como vazamento de óleo das bacias do pré-sal, por exemplo. No entanto, com a demanda crescente de encalhes acidentais na praia, as atenções foram divididas.
“Recebemos toda semana uma leva de pinguins por aqui. Eles são examinados, tratados e, quando recuperados, fazemos a soltura”, conta a médica veterinária Valéria Ruoppolo, diretora da Aiuká Consultoria em Soluções Ambientais. A empresa, com caráter ambientalista, funciona há 5 anos na Cidade.

Animais são reabilitados antes de poderem ser liberados e colocados de volta à natureza  Foto: Walter Mello
Animais são reabilitados antes de poderem ser liberados e colocados de volta à natureza
Foto: Walter Mello

O Centro Operacional Aiuká, em Praia Grande, foi inaugurado no segundo semestre do ano passado. Hoje, ao menos 30 pinguins são tratados pela equipe composta por 15 profissionais. Alguns precisam passar por uma espécie de incubadora para ganhar peso, outros são submetidos a cirurgias.
“Cada um um chega de uma maneira e fica o tempo que for preciso”, explica a médica, que divide o comando dos trabalhos com outros dois especialistas. Segundo ela, o aparecimento na praia ocorre por dois motivos: desorientação e cansaço dos animais, que, na maioria, são inexperientes.
Veterinária Valéria comanda os trabalhos na Aiuká Foto: Walter Mello
Veterinária Valéria comanda os trabalhos na Aiuká
Foto: Walter Mello

Os pinguins que aparecem na Baixada Santista são da espécie Magalhães. São animais provenientes da Patagônia Argentina e jovens (tem menos de um no de idade). “Quando eles vão para o mar é em busca de alimentos. Às vezes, nadam mais do que o necessário e vem parar aqui”, conta Valéria.
Justamente pela falta de familiaridade com as rotas onde eles podem encontrar o alimento é que a maioria acaba morrendo. Na praia, eles estão desnutridos, cansados e, algumas vezes, feridos. Por isso ela defende a necessidade de centros de reabilitação nas cidades costeiras.
Além dos pinguins, a Aiuká de Praia Grande pode receber tartarugas e leões marinhos. Na última etapa do tratamento, três tanques preparam os animais para serem devolvidos à natureza. Antes que isso ocorra, eles recebem identificações (anilhas) para serem monitorados.
Há 15 dias, ao menos 17 aves foram soltas no mar nas proximidades do Parque Estadual Marinho da Laje de Santos, localizado a 40 quilômetros da costa. Para hoje (17), está programada a soltura de duas dezenas de pinguins no mesmo local. Os demais, nas próximas semanas.
Fonte: A Tribuna

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