Ao contrário do que informa CCZ, exame particular aponta que cadela Shakira está livre da doença
Quando um animal de estimação é diagnosticado como portador da leishmaniose, o tutor logo fica apreensivo. Afinal, o destino mais comum para esses casos é o encaminhamento ao veterinário para que seja feita a eutanásia. Foi o que aconteceu com Leonildo Aparecido, tutor da cadela Shakira.
Shakira é uma rottweiler de 3 anos e, no mês de setembro, foi diagnosticada a leishmaniose depois de uma visita de prevenção e examinação por representantes do CCZ (Centro de Controle de Zoonoses) de Bauru (SP).
A visita aconteceu depois da confirmação de que um animal do mesmo bairro – Jardim Prudência – estava infectado.
‘Seu’ Leonildo contou como foi a ação do CCZ. “Quando o resultado deu positivo no laboratório deles, ligaram dizendo que viriam buscar a cachorra e eu disse que não. Que eu mesmo levaria”, explicou.
Depois dessa visita, Leonildo decidiu procurar um laboratório particular para que fosse feito outro exame.
Pelo Labor Care, o resultado foi diferente: negativo para leishmaniose.
Muito apegada aos três cachorros que tem, a família de Leonildo não consegue se conformar com o suposto erro e vai a um advogado para entrar com ação contra o CCZ.
Com o resultado negativo, Leonildo ressaltou que voltou ao Centro de Controle de Zoonoses para que os representantes vissem o novo exame.
“Fiz questão de mostrar a cópia para eles”.
Outro lado
Veterinário e coordenador do CCZ, José Rodrigues Gonçalves Neto, que assinou o exame positivo de leishmaniose da cadela Shakira, respondeu sobre o caso.
Neto conta que, para o CCZ, a cadela Shakira continua sendo portadora de leishmaniose. “Nós temos um padrão técnico para seguir e apenas o exame feito no Instituto Adolfo Lutz é que vale para nós. Então, o animal continua sendo de risco”.
O veterinário ainda acrescentou que, apesar da aparência saudável de um animal, ele pode ter a leishmaniose. “Daqui a quatro ou cinco meses esse cidadão pode perceber. Por enquanto ele está se expondo e expondo terceiros”.
Neto alerta que o centro – acusado neste ano por entidades de proteção animal de praticar eutanásia indiscriminadamente – evita a prática. “Eu não fiz veterinária para fazer eutanásia em cachorro, pelo contrário”. No caso específico da cadela Shakira, o CCZ poderia, segundo o veterinário, entrar com ação judicial para conseguir pegar o animal considerado de risco, mas isso não vai ser feito. “Gostaríamos de insistir na orientação sobre os riscos e, quem sabe, ele sairia com um outra posição daqui.”
Precedentes
Após ouvir as recomendações do CCZ, Leonildo continua irredutível, mas admite voltar a conversar com o CCZ. Este é o segundo caso de questionamento de exame de leishmaniose neste ano. Em maio, teste particular apontou que a cadela Xuxa é saudável, ao contrário do que foi informado pelo CCZ.
Fonte: Rede Bom Dia