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Cão que ficou 'depressivo' após morte do tutor morre no litoral de São Paulo

1 de julho de 2015
3 min. de leitura
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Sombra foi encaminhado à Codevida no início de junho (Foto: Nirley Sena/Jornal A Tribuna de Santos)
Sombra foi encaminhado à Codevida no início de junho (Foto: Nirley Sena/Jornal A Tribuna de Santos)

O cachorro da raça boxer criado por uma família de Santos, no litoral de São Paulo, e que ficou doente após seu tutor falecer, acabou não resistindo e morrendo. Sombra havia parado de comer e entrou em estado de depressão após a morte do empresário Gil David Freitas Sousa, então com 49 anos. De acordo com a família, ele e o cão eram inseparáveis.
Agentes da Coordenadoria de Proteção à Vida Animal de Santos (Codevida) afirmam que, apesar de não existir um diagnóstico veterinário de quadro depressivo confirmado, a situação do cão era semelhante a de uma pessoa com depressão. “É a maior prova que eu já tive na vida do amor de um animal pelo seu tutor. Ficamos até às 23h do dia anterior conversando com ele. Foi uma opção dele. Ele quis ir embora. Tenho certeza que seu tutor veio buscá-lo. Muito triste”, comenta Leila Abreu, responsável pela Codevida, onde o animal recebeu acompanhamento diário até quinta-feira (25).
Para a filha do empresário, Letícia Sousa, Sombra ficou com saudades do amigo que perdeu. “A morte do meu pai foi inesperada e o Sombra também sentiu muito. Fazia quatro meses e ele nunca havia ficado tanto tempo sem ver o meu pai. Ele estava triste, abatido e nem a presença do meu avô o alegrava”, conta. Gil David faleceu após uma insuficiência respiratória, seguida de parada cardíaca.
Sombra foi encaminhado à Codevida, onde recebeu tratamento (Foto: Divulgação/Codevida)
Sombra foi encaminhado à Codevida, onde recebeu tratamento (Foto: Divulgação/Codevida)

Antes forte e saudável, como a maioria dos cães da raça boxer, Sombra ficou subnutrido e chegou aos 15 kg, deixando, inclusive, as costelas marcadas pela fina camada de pele. Sombra também apresentava dificuldades para se manter de pé. Segundo a família, ele parou de comer, tomava apenas água e, quando comia algo, mesmo que pouco, era o suficiente para vomitar. “Meu avô ainda levava comida para ele, já que ele não comia somente ração”, explica.
Conhecido
Sombra viveu com a família Sousa por cerca de 14 anos. Em um primeiro momento, o filhote recém-adotado foi levado para a casa do empresário, onde também viviam os filhos e a esposa de Gil. A filha recorda que o cão costumava se esconder debaixo dos armários e atrás da máquina de lavar, porém, com o tempo, ele cresceu e “perdeu a noção do tamanho”.
Sombra chegou à família Sousa ainda filhote (Foto: Arquivo Pessoal)
Sombra chegou à família Sousa ainda filhote (Foto: Arquivo Pessoal)

“Ele tentava fazer as mesmas coisas de antes. Meu pai já trabalhava na transportadora do meu avô e levou ele para lá para ver se acostumava, e não deu outra. Ele foi adotado pelo meu pai, meu avô, pelos funcionários e pela rua inteira. No começo comia só ração, mas como andava pela rua toda, os donos dos bares davam salsicha para ele, e com isso ficou mal acostumado. Só comia ração misturada com comida e vivia seguindo meu pai e meu avô
quando os dois tomavam café”, recorda.
Essa não foi a primeira vez que Sombra sentiu a ausência de Gil. No início do ano passado, o empresário também ficou doente e precisou se afastar do trabalho por cerca de um mês. No entanto, segundo a filha, o pai jamais deixou de visitar o amigo. “Quando ele aparecia lá, era a maior festa”, conclui.
Fonte: G1

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