Uma denúncia anônima levou uma equipe do Centro de Controle de Zoonoses a resgatar um cavalo, aparentemente vítima de maus-tratos, na semana passada. O cavalo, retirado de um lote abandonado localizado no Bairro São João, na periferia de Anápolis, a 55 km da Capital, e enviado para uma chácara. Ele repousa e está sendo acompanhado por veterinários. O animal estava muito debilitado e apresentava diversos ferimentos por todo o corpo. Veterinários do Centro de Zoonoses acreditam que ele pode ter sido vítima de maus-tratos, negligência ou abandono por parte do seu antigo dono. O homem, no entanto, ainda não foi identificado e localizado para responder pelos crimes de abuso e de maus-tratos.

De acordo com o Centro de Zoonoses, Prateado, como está sendo chamado carinhosamente pelos veterinários, estava visivelmente debilitado, desnutrido e desidratado na ocasião do resgate. O cavalo também está cego do olho direito, mas ainda não se sabe se sua cegueira é decorrência de dos maus-tratos. Ele também apresenta lesões nas patas dianteiras e traseiras e ferimentos na região do dorso possivelmente provocadas por chicotadas.

Prateado está sendo tratado a pouco mais de uma semana. Ele se recupera bem dos ferimentos e já consegue se alimentar sem o auxílio dos veterinários. Findo o tratamento de reabilitação, que deverá ocorrer dentro de mais ou menos 30 dias, o equino deverá será utilizado em terapias psicossociais para crianças com deficiências físicas ou necessidades especiais, a Equoterapia ou Hipoterapia. O método terapêutico é amplamente utilizado nas áreas de saúde, educação e equitação. A solicitação partiu de um ofício do Juizado da Infância e do Adolescente do município.

Dança da judiação

Em junho, um vídeo postado na internet (You Tube e Facebook), no qual apareciam jovens dançando funk sobre o ventre de um cavalo, supostamente imobilizado, causou grande indignação nas redes sociais. A Delegacia Estadual de Repressão a Crimes Contra o Meio Ambiente (Dema) investigou a suspeita de crime de maus-tratos contra o animal. O fato ocorre no município de Bela Vista de Goiás, na Região Metropolitana de Goiânia.

Nas imagens do vídeo que registraram a abertura da Exposição Agropecuária da cidade, um homem aparecia imobilizando o animal deitado no chão de uma calçada. Na sequência, uma jovem subia no seu ventre e dançava funk por cerca de 20 segundos. Depois, um rapaz fazia o mesmo sobre o ventre do animal. No mesmo vídeo, outro homem fazia flexões de braço utilizando o animal como apoio. Pessoas observavam a cena e até aplaudiam. Após a postagem do vídeo, as centenas de comentários dos internautas revelaram sentimentos de polêmica e de indignação.

Segundo a Dema, o tutor do animal e mais três pessoas flagradas no vídeo foram indiciadas pelo crime de maus-tratos contra animais. Na época, exames veterinários foram feitos no animal e não se constatou lesão física ou desnutrição, mas mesmo assim as imagens revelavam o abuso.

Atualmente, o animal se encontra numa fazenda sob a guarda do seu tutor. Ele está judicialmente proibido de vendê-lo até que o processo seja tramitado em julgado. Os crimes de abuso e de maus-tratos são puníveis com três meses a um ano de prisão e multa de R$ 500 a R$ 3 mil, segundo o artigo 32, da Lei Federal nº 9.605/98 de Crimes Ambientais.

Fonte: Diário da Manhã