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Por uma Nova Educação

19 de julho de 2014
4 min. de leitura
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Foto: Divulgação
Foto: Divulgação

Perturba fazer as contas e perceber que falta muito, mas muito, para arrumar a casa e alcançar um modo de vida compatível com a preservação planetária, a garantia dos direitos animais não humanos, a compaixão e a paz.

Perturba e pode desestabilizar o processo de engajamento da militância nos esforços que precisam ser dispendidos para obter resultados, embora já se possa computar em multidões o contingente de pessoas que acordaram para essas questões.

Ainda falta tanto…

Por todo lado prospera a indústria que fabrica filhotes “pet”, multiplicam-se discursos contra alimentação alternativa à carne, de que são exemplos os pseudo estudos sobre efeitos “nefastos” do consumo de glúten (haja!) e de soja texturizada, rejeitam-se esforços dos defensores do equilíbrio ecológico, tidos como eco-chatos. O status quo reorganiza suas fileiras e parte para o contra-ataque, fazendo o dito pelo não dito, retocando o imperfeito, vendendo o carnismo, essa cultura herdada, como necessidade natural.

Trata-se de uma ação bem realizada, articulada, evidentemente estudada e posta em prática no vácuo da acomodação das forças progressistas que se compraziam na certeza de uma vitória certa, pois no final o Bem venceria o Mal e, como é claro, teríamos um novo mundo, pleno de paz, harmonizado e feliz, como nos sonhos. Um grande sonho: ledo engano.

Tudo está por fazer, absolutamente tudo!

É verdadeiro: nossos exércitos cresceram e temos um número jamais imaginado de militantes espalhados por todo o mundo. Mas também é verdadeiro o fato de que a população mundial igualmente cresceu e que o consumo da carne, do leite e da crueldade animal também cresceu, tanto em números como em ferocidade.

Em Yulin (isso virou notícia pungente!), ao Norte da China, 10.000 cães foram mortos muito recentemente em festival de consumo festivo dessa carne, horrorizando o Ocidente que, ao mesmo tempo, sacrifica gansos, galinhas, bois, porcos, peixes e um sem-número de animais de outras espécies igualmente para consumo. Simultaneamente, as florestas continuam sendo destruídas, continua a utilização de couro e pele para vestuário e de ossos e chifres fazem-se de pentes a poções afrodisíacas. Mas essas coisas são meras ilustrações do que efetivamente ocorre, um quadro sanguinolento de dor, gemidos e morte de seres inocentes.

Quantos passos foram dados por milhares de voluntários para sensibilizar, ao menos, nossos parceiros na humanidade? São incontáveis! Quanto dos esforços dispendidos resultou em conquistas efetivas para a causa animal? Difícil responder. Mas sinais há.

Aqui e ali decretam-se proibições de vaquejadas, Barcelona proíbe touradas e a Índia proíbe a importação do nefando foie gras; a Europa decide-se pela proibição dos testes cosméticos em animais e o Brasil ensaia nessa direção alguns tímidos passos.

Sim, há avanços, mas a matança foi acelerada e a indústria da morte investe pesado no contra-ataque, deixando perplexa, pelo inesperado, a (não) organização das entidades de defesa animal e ambiental. Há ataques de todos os lados e divisões internas nas fileiras militantes que se fazem muito úteis ao establishment que tanto se pretende alterar.

Se há solução? Há e é Panaceia já há muito conhecida.

Não seria fácil lembrar de alguma chaga social que não possa ser curada pela Educação. É remedio para todos os males que nos afligem e a todas as sociedades, em quaisquer países.

Aqui se clama por uma educação diferente, o conhecimento científico se unindo à (re)humanização, desde os momentos iniciais, desde a primeira idade. Não se deseja apenas a transmissão do conhecimento acumulado herdado dos séculos de história, mas que seja ministrada a lição maior da compaixão, da convivência, da tolerância e do entendimento entre todas as espécies parceiras e proprietárias da Terra.

É uma lição toda nova, essa que aqui se pleiteia, voltada para um novo tempo, nascida da Boa Vontade e da amplitude de visão dos homens e mulheres encarregados de gerir os negócios das nações.

Esse é o caminho.

Em que pese a importância da militância franco-atiradora, de valor indispensável e que precisa continuar, crescer e recrudescer, há a necessidade de união em torno de ideias e atitudes que nos possam conduzir a um processo educativo que atenda às demandas da Terra harmonizada.

Fonte: Veggi e Tal

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