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ESTATÍSTICA

Casos de maus-tratos a animais crescem 49,67% em 2021 no Ceará

As dados pertencem à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) e servem de alerta sobre a necessidade de ampliar políticas públicas que visem a proteção e o bem-estar dos animais

4 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Pixabay

Aumentou em 49,67% o número de crimes de maus-tratos a animais domésticos e silvestres no Ceará. Foram 681 ocorrências entre janeiro e agosto de 2021, ante 455 casos no mesmo período do ano anterior. Em comparação ao mesmo período de 2019, quando 205 ocorrências foram registradas, a prática dos crimes mais que triplicou.

As dados pertencem à Secretaria da Segurança Pública e Defesa Social do Ceará (SSPDS) e servem de alerta sobre a necessidade de ampliar políticas públicas que visem a proteção e o bem-estar dos animais.

Empresária e voluntária da causa animal Gabriela Moreira, de 53 anos, Gabriela Moreira lamenta o aumento no número de animais abandonados durante a pandemia de coronavírus.

“Sem dúvidas, aumentou muito a quantidade de animais na rua, alguns porque o tutor morreu, outros porque perderam emprego e isso são motivos de animais na rua. O que já estava fora de controle agora se tornou mais complexo”, disse ao Diário do Nordeste.

Membro da Comissão de Defesa dos Direitos dos Animais da OAB-CE, Laura Xavier reforça que a piora na condição dos animais tem relação com os indicadores econômicos e sociais prejudicados pela pandemia.

“Pode ter ligação com a pandemia e toda a crise que o país vem enfrentando, mas nós não caracterizamos maus-tratos só pelas agressões: quando se deixa o animal passando fome ou não se oferta condições para o animal viver com o mínimo de conforto também é agressão”, pontuou.

Ativista da causa animal há mais de 10 anos, Gabriela auxiliou dezenas de animais nos últimos quatro anos enquanto esteve à frente da ONG Deixa Viver, que resgata, reabilita e encontra novos lares para animais abandonados. “Auxiliamos nas denúncias e atuamos no Parque do Cocó fazendo a castração de animais, com minha filha e o auxílio de alguns protetores também fazemos eventos de adoção”, mencionou.

A empresária aproveitou a oportunidade para incentivar a população a denunciar crimes de maus-tratos. “Uma coisa que eu percebo com muito gritante é que os vizinhos percebem maus-tratos e não denunciam por medo, mas a denúncia pode ser anônima. Muitos tutores vão embora e deixam os animais fora e isso precisa de uma punição”, concluiu.

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