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POLUIÇÃO

Casos de aves marinhas intoxicadas por conta do lixo aumentam na região litorânea do Paraná

O número de ocorrências durante o mês de dezembro de 2023 já alcançou o total dos três meses do verão passado

11 de janeiro de 2024
Júlia Zanluchi
2 min. de leitura
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Foto: Divulgação | UFPR

Foi registrado um aumento nos casos de intoxicação por botulismo em gaivotas no Litoral do Paraná. A análise foi feita pela equipe do Laboratório de Ecologia e Conservação da Universidade Federal do Paraná (LEC-UFPR), via Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS).

Como nos anos anteriores, os casos aumentam durante o verão, por ser o auge da temporada de turismo nas praias da região. Porém, com os casos registrados em dezembro de 2023, o impacto da temporada de 2023/2024 na saúde das aves marinhas já é maior do que nos outros anos. Além disso, os registros começaram mais cedo.

O Centro de Reabilitação, Despetrolização e Análise de Saúde de Fauna Marinha, coordenado pelo LEC-UFPR, recebeu 15 gaivotas vivas durante o mês de dezembro, sendo que 13 dessas aves apresentavam sintomas que sugeriam a intoxicação por botulismo. No verão passado, 15 foi o número total de gaivotas que apareceram com esses sintomas durante três meses.

De acordo com Fábio Henrique de Lima, médico veterinário e responsável técnico do PMP-BS/LEC-UFPR, o aumento no número de caso pode ser causado pelo aumento de temperaturas devido ao El Niño e as mudanças climáticas. “Quanto mais quente, mais rápida é a decomposição da matéria orgânica, aumentando as chances de contaminação pela toxina da bactéria que causa o botulismo”, explicou Fábio.

Quando as gaivotas se alimentam dos restos de comida deixados nas praias, elas podem ingerir a bactéria Clostridium botulinum, presente em alimentos em decomposição ou água contaminada. Os sintomas relacionados a essa intoxicação incluem paralisia dos membros inferiores e outras manifestações neurológicas, como tiques e movimentos anormais de cabeça, além de diarreia e vômito. A condição é grave e pode causar a morte das aves, mas, quando diagnosticada com rapidez, pode ser curada. Além disso, não é uma doença contagiosa.

Para reduzir a ocorrência desses casos e proteger as aves marinhas de um modo geral, é importante que os turistas descartem corretamente o lixo e alimentos consumidos nas praias.

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