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GESTO DE AMOR

Cão resgatado doente em frente a escola no Itanhangá ganha um lar

Nova tutora enfrentou a resistência da família e de seus dois gatos para ficar com o vira-lata

1 de junho de 2022
4 min. de leitura
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Luana levando Mopinho, ou Tobias, ao veterinário no dia do resgate. Foto: Divulgação

Foi na manhã de 8 de abril que Luana dos Santos Lima, de 30 anos, deparou-se com um cãozinho preto e branco, de porte médio, bastante debilitado em frente ao portão do seu local de trabalho, o Colégio Mopi do Itanhangá. Junto com uma colega, ela, que é do setor de marketing da instituição, prestou a primeira assistência ao animal, oferecendo-lhe água e ração. O cãozinho, porém, permaneceu prostrado. Preocupada e querendo ajudar de alguma forma, Luana comunicou a situação à direção da escola, que resolveu providenciar um atendimento veterinário para ele.

Levado para uma clínica, ele foi diagnosticado com problemas como desidratação, desnutrição e anemia. Sua idade foi calculada em 1 ano e meio. Ficou internado por uma semana, passou outras três em um lar temporário, concluiu o ciclo vacinal e retornou à escola. Desta vez, para um cantinho especialmente preparado para ele, que passou a ser chamado de Mopinho. Desde então, o colégio procurava alguém que pudesse adotar o animal. Mas só nesta segunda-feira, dia 23, o gesto de amor se concretizou, e Mopinho virou Tobias, rebatizado por sua nova tutora: Luana dos Santos Lima, aquela que primeiro lhe estendeu a mão.

“Eu participei de todo o processo veterinário, mas, apesar de estar muito apaixonada, não via a possibilidade de ele vir para a minha casa, porque moro com uma idosa, a minha avó, e tenho dois gatos. Minha mãe, minha tia e minha prima também moram comigo, então achava que a família não fosse aceitar. Mas comecei um trabalho de sensibilização delas, mostrando vídeos e contando a história do cachorro. Até que um dia elas pediram para eu levá-lo para casa. E eu fiquei muito feliz em poder adotá-lo, porque sabia que a escola não era o melhor lar. No colégio, ele tinha todo mundo, porque as crianças davam muita atenção para ele, mas, ao mesmo tempo, não tinha ninguém, não tinha uma referência de família. E imaginá-lo numa casa longe de mim partia meu coração”, conta Luana. “Todos os meus animais foram adotados dessa forma, sem eu precisar ir a uma feira de adoção. Eles apareceram na minha vida e ficaram”, finaliza.

Tobias na porta da escola no dia em que foi resgatado. Foto: Divulgação

A convivência inicial dos gatos com o cão não foi nada fácil. Demorou mais de uma semana para os felinos aceitarem o novo integrante da família. Agora, no entanto, os três já até dormem juntos, diz Luana:

“Por parte do cachorro, que é muito tranquilo e dócil, não foi difícil a adaptação. Ele nunca nem ameaçou atacar os outros animais. Os gatos é que são territorialistas e o encaravam, como se dissessem ´Esta é minha casa, o que você está fazendo aqui?!’ (risos). E o Tobias foi se aproximando aos pouquinhos, jogava a bolinha para os gatos, que olhavam com cara de desprezo… Mas hoje há momentos em que os três até ficam juntos numa cama. Então, funcionou.”

O cãozinho passeando na Praia do Recreio. Foto: Divulgação

Tobias está preenchendo o novo lar com muito amor. Graças a ele, como revela Luana, as mulheres da família têm se reunido mais do que antes.

“Até então, éramos muito sedentárias. Moramos perto da praia, mas não fazíamos nenhuma caminhada. Agora, estamos indo à praia para passear com ele, coisa que nunca fazíamos juntas. Às vezes, também nos revezamos para levá-lo à rua à noite. Ele está proporcionando uma interação bem bacana, celebra Luana, que reside no Recreio. “Minha avó, que era a maior preocupação ao pensar na adoção, também já se apaixonou pelo cachorro. No início, falava que não o queria na sala. Agora, já está oferecendo a almofada do sofá para ele deitar.”

As crianças do Colégio Mopi que se encantaram com o cão não vão ficar sem vê-lo. Luana promete levá-lo cerca de uma vez por semana para o trabalho, onde ele continua sendo o Mopinho.

Fonte: O Globo

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