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CHINA

Cão é salvo por ativistas enquanto era espancado para ser morto e consumido

Cain e os outros cães resgatados estavam doentes e fracos

12 de janeiro de 2022
Beatriz Silva | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: NoToDogMeat

O cãozinho Cain foi resgatado por ativistas em defesa dos direitos animais da organização NoToDogMeat quando estava sendo violentamente espancado por um homem que planejava matá-lo e vendê-lo para consumo na China. Além de ferido, ele estava muito doente e psicologicamente fragilizado. Agora, ele está recebendo cuidados e busca um lar amoroso e uma família.

De acordo com o Daily Mail, na China, são mortos por ano 10 milhões de cachorros e 4 milhões de gatos para serem servidos como comida. O consumo desses animais tem perdido popularidade no país, principalmente por conta do esforço dos ativistas. Uma pesquisa realizada em 2016 mostrou que grande parte dos cidadãos, 51,7%, aprova a proibição da prática.

Ainda assim, os organizadores do festival Yulin, resistem à pressão. O evento, que dura 10 dias, começou em 2010 numa iniciativa dos comerciantes de carne de cachorro para aumentar as vendas. Acredita-se que muitos dos animais sejam roubados, já que ainda usam coleira.

Aviso: conteúdo sensível a seguir:

Grande parte dos cidadãos Chineses é contra o consumo de carne de cães e gatos. | Foto: NoToDogMeat/Mail Online

A instituição de caridade NoToDogMeat, resgatou Cain junto com outros 20 cães. Segundo a organização, os cães apanham e são brutalizados apenas por “diversão” antes de serem mortos e comidos. A NoToDogMeat possui um abrigo em Hebei, gerenciado por Zhao, e conseguiu negociar a libertação de alguns dos animais de um açougueiro, tendo a difícil decisão de escolher quais seriam levados e quais não.

A CEO da organização, Julia de Cadenet, contou que ninguém tinha ideia de onde Cain tinha vindo, mas a tristeza no olhar dele dizia que ele já estava sofrendo há muito tempo. Zhao contou à organização que foi doloroso ter de escolher quem salvar, e os açougueiros eram arrogantes e indiferentes, parecendo não se importar.

O quintal estava montado atrás de um mercado de carne de cachorro de Yulin, e do lado de fora havia uma barraca fazendo propaganda da carne. Zhao também contou que os cães estavam em um local sem luz, água ou comida, sendo arrastados, mortos e queimados ao lado dos animais que mal podiam ficar de pé.

Julia de Cadenet coordenou o resgate e disse que grande parte dos animais estavam fracos, e fizeram o resgate com base nos animais que a equipe achou que conseguiria sobreviver até Pequim. A maioria dos cães tinha cinomose, uma variante do coronavírus, gripe canina, e parvovírus.

Outros também estavam com problemas no estômago, pele, e tosse de canil. Foi necessário enviar os cães para quatro clínicas veterinárias diferentes, já que havia o temor de atender animais doentes do famoso mercado de Yulin. Cain, que mostrou sua tristeza no olhar, teve mais dificuldades antes de melhorar, já que no mês de Dezembro sua saúde acabou piorando. Felizmente, seguindo o tratamento veterinário, o cão se recuperou e agora espera encontrar um lar neste novo ano.

Cain agora está saudável e pronto para ser adotado. | Foto: NoToDogMeat/Mail Online

Julia tem esperança de que Cain encontre uma família amorosa, e acrescenta que a organização está sempre impressionada pelo espírito de luta desses animais. Todos eles merecem o melhor cuidado e apoio.

Outros cães resgatados também se recuperaram. | Foto: NoToDogMeat/Mail Online
Animais estavam em um lugar sem luz, água e comida. | Foto: NoToDogMeat/Mail Online

Organizações como a NoToDogMeat, assim como as organizações e ativistas Chineses mostra que há um progresso no trabalho para acabar com esse comércio. Em 2020, as cidades de Shenzen e Zuhai, foram as primeiras a banir o consumo da carne de cachorro e de gato, e no último mês dois matadouros ilegais de cachorros foram fechados de forma permanente, após uma colaboração de ativistas locais com as autoridades.

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