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COMPAIXÃO

Caminhoneiro sai do Irã para levar suprimentos para animais na Ucrânia

25 de março de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Facebook | Piotr Nejman

O caminhoneiro iraniano Fardin Kazemi tem profundo carinho e respeito pela causa animal. Ele busca se envolver em campanhas que ajudam cães e gatos com frequência e não ficou impassível ao receber informações sobre a situação dos animais na Ucrânia. Ele lotou o seu caminhão de ração, medicamentos e outros suprimentos e dirigiu para a Polônia. De lá, ele foi para a cidade de Vinnitsa, que fica entre Kiev e Lviv, onde descarregou provisões que serão divididas para 11 abrigos ucranianos.

Ele contou que em uma de suas viagens à Polônia, em 2019, o seu caminhão quebrou, mas graças a uma campanha viral, conseguiu comprar outro em menos de 24 horas e, agora, retribuirá toda a ajuda que recebeu usando toda a coragem e disposição que tem para prestar apoio os mais vulneráveis. Ao todo, ele conseguiu arrecadar cerca de 20 toneladas de alimentos e suprimentos médicos que ajudarão mais de 1.000 animais. Fardin espera que sua ação motive mais pessoas a enxergar os animais de forma compassiva.

Foto: Reprodução | Facebook | Piotr Nejman

Trabalho incansável

O veterinário Jakub Kotowicz e sua equipe, composta por outros profissionais e voluntários, está sem dormir há dias. Na duas últimas semanas, todos revezaram e dormiram pouquissímas horas para conseguir suprir a demanda de animais feridos resgatados na Ucrânia. Jakub lidera uma clínica em Przemysl, na Polônia, e recebe diariamente dezenas de animais que foram salvos por ativistas que arriscaram a própria vida atravessando a fronteira para resgatá-los.

Até o momento, o veterinário e sua equipe já atenderam mais de 350 cães e gatos. “Não dormimos há vários dias. Meu turno mais longo foi de 20 horas. Após três horas de sono, outro transporte chegou. É difícil, mas não desistimos. Continuamos lutando. Tudo está faltando na Ucrânia como resultado da guerra. Da ração aos cuidados veterinários”, disse Kotowicz ao portal Insider. Ele atua pela Fundação ADA, que resgata e reabilita animais há mais de 15 anos na Polônia.

Apesar da exaustão, o veterinário afirma que não pode parar. “Para muitos desses animais, o transporte para a Polônia é a única maneira de salvar suas vidas. Há relatos de bombas caindo em zoológicos no leste da Ucrânia. Atualmente, temos vários pontos na parte ocidental da Ucrânia que coletam animais que precisam de ajuda e esperam por nós. Organizamos comboios humanitários para animais. Vamos lá com carros cheios de comida”, disse Kotowicz.

Foto: Reprodução | Facebook | Piotr Nejman

Ele explica que conta com a ajuda de soldados nas fronteiras, mas é muito delicado realizar o resgate de animais profundamente traumatizados. “Muitas vezes, para esses animais, chegar à Polônia é a única e última chance de resgate e sobrevivência. As pessoas entendem que quando os animais estão em condições precárias, o transporte humanitário não pode demorar muito”, disse o veterinário e ativista.

A equipe do profissional examina cada animal e faz uma triagem para dar prioridade aos animais em estado mais crítico. São realizados exames e aplicações de medicamentos. Os animais que não estão com ferimentos graves, são encaminhados para abrigos, liberando vagas para o tratamento de outros animais. Os cães e gatos que precisam de cuidados intensivos, ficam internados na ADA até estarem fortalecidos. Há muito animais baleados ou feridos após a queda de escombros.

Foto: Reprodução | Facebook | Piotr Nejman

Reforço

A organização em defesa dos direitos animais alemã Winkler Aktiv de Chemnitz montou um abrigo improvisado na cidade polonesa de Medyka, na fronteira com a Ucrânia, para oferecer um lar temporário para animais afetados pela guerra. A porta-voz do abrigo de campanha, Sasha Winkler, afirma que o local será um refúgio seguro para os animais que ainda estão vagando pelas ruas ucranianas sob a ameaça de bombardeios.

A Winkler Aktiv de Chemnitz também está aceitando doações de suprimentos que serão levados para Lviv, na Ucrânia, onde serão distribuídos em abrigos que estão superlotados e já sofrem com a falta de energia elétrica, comida e suprimentos. Cerca de 2,7 milhões de civis fugiram da Ucrânia desde a invasão russa. Muitos atravessaram as fronteiras com os seus animais domésticos, mas outros deixaram seus animais em abrigos ou à própria sorte.

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