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Cães e gatos estressados com tiros de traficantes estão morrendo no Rio de Janeiro

1 de março de 2010
2 min. de leitura
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No cruzamento das avenidas Dom Helder Câmara e dos Democráticos, na zona norte do Rio de Janeiro, onde bandidos armados circulam livremente com fuzis e pistolas, o som dos disparos feitos pelos traficantes e dos fogos de artifício vem causando a morte de cães e gatos que vivem na Sociedade União Internacional Protetora dos Animais (Suipa).

Organização sem fins lucrativos que cuida de mascotes abandonados, a Suipa abriga três mil animais e está localizada no número 1.801 da Dom Helder Câmara, na entrada da favela do Jacarezinho e a poucos metros de Manguinhos. Quando os bandidos usam o seu armamento e espalham o terror pelas comunidades ou promovem queimas de fogos para avisar a chegada da polícia, o barulho causa estresse nos bichos, levando a uma agitação incomum. Nervosos, os cães forçam a própria coleira, o que às vezes provoca enforcamentos, e brigam entre si. Se o tiroteio acontece depois das 22h, o problema é ainda maior.


Cães em abrigo da Suipa. (Imagem: Extra Online)


“Eles ficam mais fracos, com a imunidade baixa e propensos a entrar em confronto com os outros cachorros. Já tivemos várias mortes, principalmente durante a madrugada, quando não tem ninguém tomando conta e não dá para separar”, disse o supervisor veterinário da Suipa, Izanagi Ferreira, de 33 anos.

A presidente da instituição, Izabel Nascimento, confirmou a preocupação com as baixas. Segundo ela, a perda mais recente, motivada pelo estresse, aconteceu na semana passada, quando um cão foi encontrado morto em suas instalações. De acordo com o veterinário, nas noites de festas, como aniversários de chefes do tráfico ou bailes funk, o risco aumenta.

“Esse tipo de barulho já nos incomoda demais. Com eles é pior, porque a audição canina é muito mais aguçada do que a humana. Então, o efeito dos tiros e fogos é mais grave”, explicou Izanagi.

Fonte: Extra Online

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