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Cadelinha abandonada aguarda adoção

10 de abril de 2010
4 min. de leitura
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Edilene Mora
[email protected]

Resgatei uma cadela porte médio, mas por infelicidade não foi aceita pela minha matilha, e está vivendo em um banheiro de 2,5×2,5m. Eu gostaria muito que ela encontrasse uma família que a amasse como ela merece.

Ela foi “desovada” perto da minha casa. Quem viu a cena disse que a pessoa mal parou o carro e a jogou para fora. Ela tinha uma marca bem funda de coleira no pescoço, o pelo todo amassado como se ela usasse a coleira desde sempre, e bem apertada. Imagino que quem a descartou tenha feito isso porque ela cresceu demais. Deve ter sido uma linda filhotinha, de pelo fofo e reluzente.

Na primeira vez que a vi, ela seguia todo mundo que passava. E algumas pessoas lhe davam “passa-fora”, até ameaçando chutar… Voltei à noite com água e ração, uns ossinhos e uma caixa de papelão grande, onde ela poderia se abrigar. Ela estava ficando em um ponto de ônibus coberto, mas aberto nas laterias. Rodei, rodei e não a encontrei. Deixei só a ração e a água. No dia seguinte, durante o dia, ela estava de novo no ponto de ônibus. Já aparentando estar deprimida, ela ainda seguia as pessoas, mas de cabeça baixa… À noite voltei no ponto de ônibus com a ração, água e a caixa. Ela estava por perto dessa vez, mas estava mancando. Quando chegou mais perto vi que ela tinha um esfolado, e a lateral da sua coxa esquerda estava inchada. Uma pessoa que mora ali perto disse que ela tinha sido atropelada naquela tarde. Enquanto conversávamos, ela viu alguma coisa que lhe chamou a tenção do outro lado da rua, e saiu correndo. Um carro freou em cima dela… Logo vi que ela era bobona, nunca esteve na rua, e não duraria muito tempo ali, na avenida. A pessoa que mora perto até me convidou para entrar para ver como a casa dela é pequena, e já tem dois cães, e não poderia abrigá-la.

O resultado é que eu a levei para a minha casa, onde já moravam 8 cães, sendo 2 em lar temporário, aguardando adoção. Ficou presa no banheiro, como todos os cães que resgato, para ser tratada e cuidada antes de se misturar com os outros. Depois que sua perna estava boa, banho tomado, vermifugada, vacinada, eu tentei colocá-la junto com os outros cães… E foi uma lástima! Tenho 5 fêmeas, sendo que 3 são porte mini. Pois foram justamente essas 3 pequeninas que avançaram nela, tentaram atacá-la, morderam mesmo… E é assim toda vez que eu a tiro do banheiro: as pequenas avançam, e se ela ameaça revidar, os outros vão para cima. Agora os outros cães maiores também ameaçam brigar se ela sai do banheiro. Não sei qual é o problema com ela, mas eles não a aceitaram mesmo… e ela continuou morando no banheiro, e está assim até hoje.

Ela tem no máximo 2 anos, dentes bem branquinhos, é de porte médio (18 a 20 kg) pelo semilongo e brilhante como um espelho negro, lembra um border collie. É alegre, carinhosa, brincalhona, cheia de vida, mas precisa de mais espaço para viver. Onde está ela nem sequer vê a luz dos sol, pois eu trabalho o dia todo, e quando chego em casa para solta-la já é noite… Nos finais de semana às vezes consigo lidar com todos e ainda levá-la para fora, mas nem sempre… Toda vez que eu entro no banheiro ela fica alucinada, corre em círculos, quer brincar, pula, chora… Eu fico com ela o máximo que posso, mas tenho os outros cães para cuidar, a casa, o trabalho… Além disso, minha casa só tem esse banheiro. Além do transtorno para mim, ninguém que vá me visitar pode usar o banheiro, pois ela pula e quer brincar, e nem todo mundo gosta de ficar cheio de pelos… E eu já deixei de ajudar outros cães pois fiquei sem a minha “UTI”, e mesmo cães que ficariam apenas um ou dois dias eu não pude abrigar.

Ela ainda não está castrada, mas será em breve, e antes de ser doada. Quero que ela consiga uma família que a ame muito, que tenha espaço para ela correr e brincar, que dê a ela o carinho e o respeito que todo animal merece. Pessoas que compreendam que um animal tem necessidades, de exercícios, atenção, brincadeiras, carinho… que não basta dar água e comida, e largar o cão no quintal. Pessoas que não a queiram para guarda, pois ela é muito brincalhona, apesar de ter um latido forte e que impõe respeito, e seja ótima em dar sinal. Pessoas que estejam à procura de uma amigona, e que receberão em troca todo o amor incondicional e a lealdade que só um animal sabe dar.

Contatos com Edilene Mora – [email protected] e (11) 9769 8820. Estamos em São Paulo, SP.


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