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MATO GROSSO

Cadela morre eletrocutada ao tentar se esconder dos fogos no Réveillon e deixa seis filhotes

3 de janeiro de 2022
Vanessa Santos | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Agitos Mutum

Uma cadela da raça pit bull, chamada de Zoe, morreu eletrocutada após morder um fio de alta tensão, na última sexta-feira (31), na cidade de Rondonópolis, a 218 km de Cuiabá (MT). O animal estava tentando se ‘esconder’ dos fogos de artifício com estampido, quando cavou um buraco e mordeu acidentalmente o fio. Zoe deixou seis filhotes.

A médica socorrista Luciana Horta, explica que ela e o marido, que são policiais, estavam de plantão e por conta disso, estavam se revezando nos cuidados com a cadela, que fica sozinha e foi solta para cuidar dos filhotinhos. Outros dois cães do casal que estavam em um canil, não se machucaram.

Ao chegar em casa, por volta das 19h, o tutor não encontrou Zoe. O marido de Luciana procurou pelo animal no quintal de casa, quando viu que ela havia feito um buraco perto de uma casinha de brinquedo. Não demorou muito para que ele encontrasse Zoe com um fio de alta tensão enrolado no pescoço. O fio estava descascado e a cadela já estava sem pulso.

Um eletricista foi acionado para remover os fios do animal e a morte da pit bull pode ser confirmada. Luciana acredita que ela estava tentando se esconder de fogos de artifício com estampido, que foram soltos por volta das 17h no bairro onde moram, Jardim Belo Horizonte, segundo o relato de vizinhos.

Foto: Ilustração | Pixabay

“A gente não está preparado para isso. Chorei demais. A gente fica desesperado, porque é como um filho pra gente. A Zoe já tinha quatro anos, nós a buscamos em Cuiabá. Coitada da minha princesa”, lamentou a tutora em entrevista para o Metrópoles.

“Foi uma fatalidade, mas a gente deveria entender que esse tipo de coisa não poderia acontecer. Não é só o cachorro, é aquele senhor acamado ou criança autista que fica perturbada. Deveríamos nos conscientizar sobre essa prática tão danosa. Hoje foi a Zoe, mas amanhã pode ser uma pessoa que se apavora e tem uma parada cardíaca”, explana Luciana.

O município de Rondonópolis é um dos poucos que já possuem uma lei que proíbe a soltura de fogos de artifício com barulho no estado do Mato Grosso. Inclusive, para a virada de 2021 para 2022, foi montada uma força-tarefa da qual participaram o Gabinete de Apoio à Segurança Pública (Gasp) e a Polícia Militar de Proteção Ambiental, a fim de coibir o uso desses artefatos.

A poluição sonora causada pelos fogos nesta época do ano é muito prejudicial para as pessoas mais vulneráveis e sensíveis como idosos, recém-nascidos, crianças com autismo, pacientes de clínicas e hospitais, e claro, animais domésticos, que se assustam e podem ficar desesperados como Zoe, gerando estresse, crises de ansiedade, lesões na audição e outros impactos na saúde física e mental dos animais. A lei define que, nos casos de descumprimento da norma estipulada, o infrator será punido com multa de 550 Unidades Fiscais de Rondonópolis (UFRs) vigente no momento da transgressão.

“A gente tem que repensar até que ponto estamos fazendo o mal para outras pessoas e os animais. Nós temos que entender isso. Será que essa ação traz benefícios? O que causa no ego das pessoas que estão soltando? Será que é tão bom assim que deixa a gente feliz? Eu sempre fico pensando isso”, finaliza a tutora Luciana.

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