Na última quarta-feira (17), um cachorro-do-mato passou por um procedimento cirúrgico para colocar uma placa de titânio em uma das patas, após ser atropelado e resgatado próximo à Rodovia do Sol, no Espírito Santo.
Conforme a Secretaria de Meio Ambiente de Anchieta, município em que o animal foi encontrado, no último domingo (14), uma pessoa entrou em contato com a fiscalização ambiental.
Segundo o portal G1, a pessoa resgatou um cachorro-do-mato ferido, na noite anterior, e o animal foi levado para a própria casa na expectativa de que ele melhorasse.
Atendimento veterinário
O médico veterinário que operou o cachorro-do-mato, Diogo Garnica, explicou que procedimento cirúrgico para fixar implantes ortopédicos na tíbia (osso da perna), pelo qual o animal passou era delicado.
Para poder retornar à natureza, primeiro ele precisa se recuperar da fratura e passar por outra cirurgia pela remoção da placa.
“A gente pretende tirar os implantes, porque se ele se recuperar e conseguir voltar para o ambiente ele pode ser predado [comido] por outros animais. Então, ele deve voltar como ele era”, explicou o médico veterinário.
Ainda segundo o veterinário, o procedimento foi um sucesso e o animal passa bem, a cirurgia ocorreu em um hospital veterinário particular na Praia do Canto, em Vitória, de forma voluntária em uma parceria com o Instituto de Pesquisa e Reabilitação de Animais Marinhos (Ipram), instituição que recebeu o cachorro-do-mato.
Tratamento veterinário
A secretária de Meio Ambiente de Anchieta, Jéssica Marins Freitas, informou que uma equipe da prefeitura foi até o local para onde o motorista tinha levado o bicho e o encaminhou para o Ipram, que fica em Cariacica, na Grande Vitória.
“Sempre que nós resgatamos animais silvestres que não têm condições de serem soltos ou estão muito domesticados eles são levados para o Ipram ou para o Cereias (Centro de Reintrodução de Animais Selvagens). A secretaria faz o resgate de aves e pequenos mamíferos, mas cachorro-do-mato foi o primeiro”, contou a secretária.
Mesmo que tenha sido com uma boa intenção, a secretaria orienta que não se deve manipular e resgatar animais silvestres, eles devem ser feitos por profissionais.
“Quem encontrar animais selvagens feridos deve ligar para a fiscalização da Secretaria de Meio Ambiente. É melhor deixar o animal onde ele estiver e fazer o contato. Se for à noite ele pode não ser resgatado naquele momento, mas os primeiros socorros tentam ir até o local”, orientou a secretária.
O médico veterinário Diego Garnica acrescenta que no caso de encontrar animais selvagens feridos e ajudar.
“Há alguns anos, a medicina humana, a veterinária e o meio ambiente trabalham em prol da medicina única. O desequilíbrio do ecossistema é ruim para todos. Um animal em desequilíbrio pode dar origem a novas doenças que podem chegar ao ser humano. Toda vez que alguém vê um animal desse assim, procure um órgão para cuidar. Hoje, mais que nunca, sabemos que temos que cuidar do nosso planeta”, ressaltou Garnica.