Foi com muita dor no coração que a aposentada Cleusa Teixeira soube do caso do SRD amarrado em uma moto, que foi arrastado pela rua em Patos de Minas. Indignada com a situação e sensibilizada, decidiu adotar o cãozinho, para dar uma vida digna a ele.
“Eu me responsabilizo por tudo, tenho os documentos, dou as vacinas para ele, remédio de carrapato. Estou dando tudo para ele. Ele está muito bem”, contou a tutora.
O cachorro, que agora se chama Cauê, teve ferimentos na barriga, patas e em todo o peito. Ele foi resgatado pela polícia e levado para um veterinário, onde recebeu os primeiros socorros.
Ferimentos e adoção
Cleusa acompanhou a situação do cachorro, que precisou ser cuidado por 15 dias, até que os ferimentos cicatrizassem. Ela ainda conta que, na época, muitos demonstraram interesse em adotá-lo, mas no fim, ninguém o pegou.
“Eu vi na internet o cara arrastando ele. Aí vi que um vereador pegou ele e passou para um veterinário cuidar. Precisaram costurar tudo, porque ficou tudo cortado”, lembrou.
A aposentada também completou dizendo que: “quando eu soube que o cachorro tinha ido para a zoonoses, eu liguei lá e falei que iria ficar com ele. Aí liberaram e levaram para mim”.
Além dela, uma amiga também ajuda a cuidar no pet. “Ele está na chácara de uma amiga, perto de casa. Ela mora lá, tem outros cachorros”. Após a adoção, ele já foi castrado, teve um problema de saúde, mas já passa bem, de acordo com a tutora.
Cauê será o último cachorro que Cleusa irá adotar. Ela detalha que já teve 14 cães, todos SRDs, que estavam necessitados e ela precisou cuidar. Após alguns morrerem e com a idade mais avançada, a tutora afirma que não tem condições de adotar mais cachorros.
“Os cachorros vão morrendo, ficando velhos e infelizmente vão morrendo. Mas eu não gosto de cachorro de raça, gosto de SRD, cachorro sofrido que eu cuido mesmo. Agora estou velha, estou com problemas de saúde. Então o último que eu pego é o Cauê”, afirmou.
E quem arrastou o cão?
Na época do crime, em setembro, a Polícia Militar (PM) informou que no local havia câmeras de monitoramento, mas não foi possível identificar o autor e a placa da moto.
O G1 procurou a Polícia Civil para saber se alguém já foi identificado e preso pelo crime, mas o órgão informou que instaurou inquérito policial e que investiga a autoria, motivação e circunstâncias do crime. Porém, não informou sobre a prisão de ninguém.
Desde 2020, o crime de maus-tratos contra cães ou gatos tem pena prevista de 2 a 5 anos de prisão, além de multa e proibição de guarda.
Fonte: G1
