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Caça aos elefantes cresce em Botswana

5 de julho de 2019
3 min. de leitura
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Elefantes em Botsuana vistos do alto | Foto: guenterguni / Getty Image
Elefantes em Botsuana vistos do alto | Foto: guenterguni / Getty Image

Chapéu: Estudo confirma

Título: Caça aos elefantes cresce em Botswana

Olho: A análise foi feita com base em dados de cadáveres de elefantes recém-mortos por meio de um levantamento aéreo na região

Menos de dois meses depois de Botswana ter suspendido a proibição de caça aos elefantes, um novo estudo confirmou que a atividade está aumentando no país onde vivem cerca de um terço dos elefantes da savana africana.

O estudo, publicado na Current Biology, utilizou levantamentos aéreos para concluir que o número de cadáveres de elefantes recém-mortos aumentou em 593% entre 2014 e 2018 no norte do Botswana. Os autores do relatório confirmaram que 156 elefantes haviam sido caçados por marfim em 2018 com base em danos no crânio dos animais, e estimaram que pelo menos 385 foram caçados entre 2017 e 2018.

“O aumento no número de animais mortos são preocupantes porque podem prever futuros aumentos na caça e declínios nas populações de elefantes”, escreveram os autores Scott Schlossberg, Michael Chase e Robert Sutcliff, da Fundação Elephants Without Borders (Elefantes Sem Fronteiras, na tradução livre).

Ellen DeGeneres, que não esconde seu amor pelos paquidermes, também falou contra a proibição da caça, respondeu imediatamente ao estudo nas mídias sociais.

“Temos que defender elefantes, ou não haverá mais nada para defender”, ela twittou.

Embora o aumento na caça não tenha reduzido a população de elefantes do Botswana em geral, sua população caiu 16% em cinco áreas atingidas pela caça, enquanto aumentou em 10% nas áreas vizinhas. Os autores do relatório alertaram que a estabilidade da população dos animais pode mudar rapidamente:

A ONG Elefantes Sem Fronteiras também foi responsável por reportar pelo menos 87 elefantes caçados perto do santuário de Okavango no delta do rio Okavango, em setembro de 2018, enquanto realizavam pesquisas aéreas.

Esse número foi contestado pelo governo de Botswana, que chamou os dados da organização sem fins lucrativos de “falsos e enganosos”. Alegou que o grupo relatou apenas 53 elefantes mortos em julho e agosto, e que a maioria não foi caçada, mas morreu de causas naturais ou em conflitos com humanos.

O rigor do artigo da Current Biology, no entanto, reforça a descoberta de que a caça aumentou drasticamente no país há muito tempo considerado um refúgio para os elefantes.

Chase e sua equipe pesquisaram 36.300 milhas quadradas em um pequeno avião e fizeram visitas de helicópteros a 148 cadáveres de elefantes para confirmar se os animais foram caçados ou não, relatou o The New York Times. Eles descobriram que cerca de metade dos corpos tinham sido mortos recentemente e que todos eles haviam sido caçados. Cerca de 80% dos corpos com um ano ou mais de idade pertenciam a animais que foram caçados também.

“Aqueles cientistas e colegas que lançaram dúvidas sobre nossas descobertas iniciais, espero agora percebam que a ciência e as evidências que descrevemos em nosso artigo são realmente convincentes”, disse Chase ao The New York Times.

Outros cientistas falaram em apoio ao novo artigo.

“O trabalho foi excepcional em todos os sentidos”, disse Samuel Wasser, biólogo de conservação da Universidade de Washington, ao The New York Times. “Havia inúmeros recursos cuidadosamente e meticulosamente documentados. E eles também analisaram hipóteses alternativas, e nenhuma foi apoiada por dados”.

O diretor de pesquisa do Departamento de Vida Selvagem e Parques Nacionais do Botsuana, Cyril Taolo, disse ao The New York Times por telefone que seu departamento “ainda estava analisando o artigo e apresentaria uma resposta”.

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