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Brecha na legislação americana causa morte de abelhas há 40 anos

24 de dezembro de 2013
3 min. de leitura
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(da Redação)

Foto: Care2
Foto: Care2

Cientistas têm emitido continuamente o terrível aviso: as abelhas em todo o mundo estão morrendo em um ritmo sem precedentes, e sem elas, o nosso sistema agrícola pode ser o próximo a morrer.

As abelhas polinizam um terço da dieta diária dos norte-americanos. Se elas forem à extinção, haverá a perda de muitas fontes de alimento humanas.

O fenômeno chamado “Distúrbio do Colapso das Colônias” (“Colony Collapse Disorder” – CCD) tem incomodado apicultores e agricultores há muitos anos, e embora as suas consequências representem uma ameaça a cada ser humano no planeta, os Estados Unidos têm sido extremamente lentos em tomar atitudes. Vários estudos têm apontado para o uso desenfreado de pesticidas químicos como uma explicação para o súbito declínio das populações de abelhas, onde ocorrem eventos de mortalidade em massa.

Mas, conforme trata a reportagem, estes produtos químicos não se vendem e se pulverizam por si só. Eles têm de ser autorizados a entrar no mercado pela Agência de Proteção Ambiental (Environmental Protection Agency – EPA), uma agência que deveria estar lutando com unhas e dentes para salvar as abelhas. Agora, alguns ambientalistas têm afirmado que uma brecha de regulamentação desatualizada da EPA chamada “registro condicional” é a porta através da qual os pesticidas têm continuado seu trabalho fatal. As informações são da Care2.

“Esta é, essencialmente, uma forma de introduzir pesticidas no mercado rapidamente”, escreve Kendall Helblig para o McClatchy DC. “O sistema de registro condicional começou em 1978 com uma emenda à lei que rege o uso de inseticidas. Ele permite que alguns pesticidas sejam vendidos antes de todos os estudos necessários serem concluídos, desde que a empresa esteja com uma data agendada para apresentar os dados requeridos”.

O artigo continua a salientar que, mesmo depois destes produtos serem “aprovados condicionalmente”, a EPA luta para manter o controle deles ou de seus impactos.

“Cerca de 16 mil pesticidas estão atualmente registrados pela EPA, e cada gerente em exercício da agência de Programas de Pesticidas é responsável por manter o controle de cerca de 800”, escreve Helblig. Como resultado, uma auditoria do governo americano (Government Accountability Office) descobriu que a EPA não é capaz de fornecer informações precisas sobre o número atual de produtos condicionalmente registrados. Tanto o Natural Resources Defense Council quanto a EPA disseram que cerca de dois terços dos pesticidas são condicionalmente registrados, embora a manutenção falha de registros dificulte a confirmação esse número.

Segundo a Care2, a pequena brecha na Lei Federal de Inseticidas, Fungicidas e Raticidas (FIFRA) existe pois, na década de 1970, as empresas químicas produtoras de pesticidas reclamaram por terem que fazer o trabalho extra necessário para provar que os seus produtos não eram prejudiciais às pessoas ou ao meio ambiente. Então, basicamente, o governo lhes deu um passe. Agora, a qualquer pesticida que se assemelhe a algo já “aprovado” é concedido o registro condicional, mesmo sem evidência científica de que seja seguro para polinizadores e para humanos.

 

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