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COMPAIXÃO

Bombeiros ficam comovidos com morte de macaco em incêndio no Pantanal

Além do macaco, dois tatus também foram encontrados mortos. Outros tantos devem ter morrido em meio à mata carbonizada

24 de agosto de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Corpo de Bombeiros de MS

A morte de um macaco durante um incêndio no Pantanal de Mato Grosso do Sul comoveu a corporação do Corpo de Bombeiros. Os militares fizeram o enterro do corpo do animal encontrado em uma região de mata no município de Bela Vista, a 317 quilômetros de distância de Campo Grande, capital do estado.

O fogo que destrói os biomas sempre vitima muitos animais. No estado de São Paulo, espécies da fauna silvestre também foram encontradas mortas em meio à mata queimada por um incêndio que devastou 80% do Parque Estadual do Juquery, em Franco da Rocha. 

No Pantanal de Mato Grosso do Sul, além do macaco, dois tatus também foram encontrados carbonizados. “Todos os militares ficaram chocados. Por mais que estejamos acostumados, imagens como esta sempre nos comovem”, afirmou à Folha de S. Paulo o comandante do Corpo de Bombeiros de Bela Vista, tenente Alex Fernandes.

Foto: Corpo de Bombeiros de MS

“Decidimos realizar o enterro do animalzinho na tentativa de demonstrar a importância da fauna e da flora e de conscientizar a população dos perigos do fogo. É preciso que as pessoas vejam a capacidade de destruição do fogo pra que se conscientizem e em hipótese alguma coloque fogo em vegetação”, completou.

Enfrentando o terceiro ano de seca, o Pantanal não tem vivido seu característico período de “cheia”. Além disso, a vegetação que já estava seca foi queimada por fortes geadas. Esses fatores ajudam a propagar incêndios, o que condena o bioma ao risco de viver novamente queimadas históricas como as que ocorreram ano passado.

Fogo em ritmo destrutivo semelhante a 2020

Foram 261,8 mil hectares destruídos pelo fogo em 2021 no Pantanal. Os dados, que registram incêndios ocorridos do início deste ano até o último sábado (21), mostram que as chamas têm alcançado um ritmo semelhante ao registrado no mesmo período do ano passado, quando 265,3 mil hectares foram queimados no maior incêndio florestal registrado na história do bioma. Os números são do Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais (Lasa), órgão vinculado à Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ).

A situação no bioma é tão alarmante que Porto Murtinho (MS), do qual o Pantanal faz parte e que é considerado o último guardião do Rio Paraguai, decretou estado de emergência por conta dos incêndios. Em Corumbá (MS), a prefeitura pediu ajuda aos governos estadual e federal para combater o fogo.

“Pela legislação, a preservação do Pantanal é atribuição do estado e da União, mas não podemos e não vamos ficar de braços cruzados esperando uma solução. Precisamos de novo da união de todos, inclusive dos nossos deputados estaduais, para evitar uma tragédia ainda maior na nossa natureza”, escreveu o prefeito Marcelo Iunes (PSDB).

Pantanal perde 75% da superfície de água

O Pantanal perdeu 74% da superfície de água de 1991 até 2020. Em todo o país, a redução é de cerca de 15,7%, o que equivale a 3,1 milhões de hectares. Os dados foram obtidos através de imagens de satélite do MapBiomas Água, ferramenta do MapBiomas lançada recentemente.

Por meio da inteligência artificial, os pesquisadores mapearam os corpos d’água superficiais do Brasil como um todo, e dos biomas – sendo o Pantanal o que está em pior situação – desde 1985. Em entrevista ao jornal Folha de S. Paulo, o coordenador do MapBiomas disse que o cenário é impressionante e que “o Brasil está secando”.

Surpresos com os resultados do mapeamento, os pesquisadores chegaram a repetir as análises diversas vezes para confirmar os dados. Em 1991, a quantidade de área de superfície de água no país alcançou seu pico e, desde então, os níveis começaram a despencar, gerando o número de 15,7% de redução. Quando se considera todo o período estudado pelos pesquisadores, de 1985 a 2020, a queda é de 7,6%.

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