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Bahia pesquisa vacina e diagnóstico para leishmaniose visceral

11 de junho de 2013
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Pesquisadores da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz/Centro Gonçalo Moniz) na Bahia estão trabalhando para o desenvolvimento de uma vacina contra a leishmaniose visceral, também conhecida como Calazar.

Além da vacina, as pesquisas na sede baiana também estão voltadas e em fase final para a criação de um novo método diagnóstico, que permite maior eficácia para identificação da doença em cães que não apresentam os sintomas da leishmaniose.

Para se ter uma ideia da importância dos trabalhos locais e do impacto para o futuro, basta ressaltar que dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) mostraram que o Brasil registrou mais de 270 mil casos da doença, que pode se apresentar nas formas tegumentar (que se caracteriza com úlceras na pele) e a visceral (que o doente apresenta inchaço abdominal), de 2002 a 2011.

Estatísticas do Ministério da Saúde apontam que o Nordeste está entre as regiões campeãs de índices elevados de leishmaniose. No caso específico da leishmaniose visceral, em 2011, o Nordeste foi a região que apresentou o maior número de casos: (1.832 ), sendo 539 deles somente no estado do Ceará, seguido pela região Norte (834) e pela região Sudeste (592). O levantamento mostra ainda que a leishmaniose visceral foi responsável por 2.704 mortes em todo o país, e os estados brasileiros com o maior índice de óbitos foram: Pará, Tocantins, Maranhão, Piauí, Ceará, São Paulo, Bahia, Minas Gerais e Mato Grosso do Sul.

Com sintomas semelhantes a outros problemas de saúde, como diarreia, febre e fraqueza, se não for tratada rapidamente, a leishmaniose visceral pode levar ao óbito em 90% dos casos.

Na Região Metropolitana, Salvador e as localidades do Litoral Norte que margeiam a Linha Verde são consideradas áreas endêmicas, ou seja, com infecções constantes e ampliadas, sobre tudo pelo desmatamento de áreas de mata e pela capacidade adaptativa do inseto transmissor da doença, que agora também passa a adquirir hábitos urbanos, especialmente nas áreas com acúmulo de lixo, restos de alimentos, criação de animais.

Linhas de combate  
Iniciada em 1998, a pesquisa baiana para desenvolvimento de uma vacina verdadeiramente eficiente vai caminhando a passos largos, mesmo com as complexidades que a produção de agentes imunizadores contra protozoários, como é o caso da leishmaniose, apresenta. “Vacinas contra vírus ou bactérias são mais fáceis de serem conseguidas, no entanto, uma imunização contra protozoários enfrenta algumas dificuldades características”, explica o coordenador da pesquisa, Geraldo Oliveira.

De acordo com Oliveira, ainda não é possível precisar quando o produto estará no mercado, mas o desenvolvimento científico e tecnológico das pesquisas acena com boas perspectivas.  “Também procuramos identificar o conjunto de proteínas que apresentam eficácia maior na imunização”, completa.

Fonte: Correio

Nota da Redação: A vacina contra a leishmaniose será um grande avanço não somente para animais humanos, mas para todos os animais não-humanos que são infectados com a leishmaniose. Como no caso do cão Scooby, o direito do tratamento é uma conquista e deve ser mais uma das bandeiras levantadas por todos os militantes da causa animal, mas, com a vacina, o sofrimento de milhares de animais poderá ser evitado. O Brasil é o único país no mundo que adota a matança como forma de controle e a  conscientização e o tratamento devem ser as principais armas contra a doença. Precisamos banir a cruel prática de assassinar animais inocentes e muitas vezes sadios em nome de uma suposta tentativa de garantir a saúde de pessoas. 

Tutor: informe-se sobre a leishmaniose e trate seu animal, pois buscar o tratamento é um direito de todos nós, animais humanos e não-humanos. Você pode assistir o discurso de Silvana Andrade, em Seminário da ALESP, falando sobre o problema da leishmaniose no Brasil aqui. Leia também Leishmaniose: o cão não é o vilão e conheça seus direitos legais para proteger seus cães da eutanásia aqui.

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