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Aumento dos casos de violência contra animais preocupa Grupo Fauna

28 de dezembro de 2009
3 min. de leitura
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(da Redação)

O aumento de denúncias de maus-tratos aos animais em Ponta Grossa (PR) e região tem preocupado os membros do Grupo Fauna. Grande parte dos casos reflete em situações de violência contra as próprias pessoas da família ou da vizinhança. “As pessoas começam exercitando a violência contra seus próprios animais domésticos ou dos seus vizinhos ou ainda, animais abandonados, e a partir daí a violência chega aos membros da família, principalmente crianças, mulheres e idosos”, atesta a educadora e voluntária do Grupo Fauna, Andresa Jacobs. Essa situação é identificada há mais de 11 anos em Ponta Grossa, pelos militantes da entidade, que não possui poder de polícia para enfrentar essa situação e mesmo assim é injustamente cobrado pela população.

Segundo pesquisas da Humane Society of the United States e registros do FBI, a crueldade contra os animais está presente como uma característica comum nos registros de estupradores e assassinos em série. A tortura contra animais aparece de forma clara nas histórias de pessoas com comportamento violento. Os agressores registrados nesses estudos são predominantemente do sexo masculino e menores de 18 anos. Casos que envolvem o predomínio de mulheres e maiores de 18 anos estão mais relacionados à negligência, ou seja, à falta de cuidados básicos aos animais, como falta de alimento, espaço, higiene e atendimento veterinário.

O masacre ocorrido no último sábado no Colégio Estadual João Ricardo Von Borell Du Vernay, onde 5 crianças na faixa de 9 a 12 anos de idade espancaram e mataram 6 filhotes de uma cadela amparada pela comunidade escolar é um trágico exemplo dessa relação. Até mesmo os policiais quando chegaram ao local ficaram impressionados com os requintes de crueldade. Um dos filhotes foi pendurado morto num gancho de guardar bicicletas, dentro da escola.

Ao realizarem atividades educativas com crianças de até 10 anos de idade desde 2003, em Centros de Educação Infantil e Escolas Municipais da periferia de Ponta Grossa e região, os voluntários do Grupo Fauna têm recebido inúmeros relatos de crianças, que denunciam atos violentos contra seus animais de estimação, realizados pelos próprios membros da família. Segundo Andresa Jacobs, “crianças pequenas já nos informaram, por exemplo, casos de pais e irmãos afogarem ninhadas de filhotes no tanque, jogarem animais prenhes ou doentes no esgoto, ou, ainda, de matar a pauladas os seus cães e gatos. Essa é uma situação de risco para a própria criança, que convive num ambiente violento e futuramente reproduz essa violência em animais e em colegas de escola. Por isso temos investido em reuniões com pais e responsáveis nas escolas que nos convidam, defendendo que a única diferença entre a violência contra humanos e violência contra os animais é a vítima.”

Os casos de violência contra animais, assim como os casos de violência contra seres humanos, necessitam de denunciantes, testemunhas, provas e apoio policial e judicial. No caso do Colégio Borell, todas essas providências foram exemplarmente tomadas, gerando investigação policial. De acordo com a legislação federal, estadual e municipal, maltratar animais é crime, que pode ser punido com prisão. Casos envolvendo crianças e adolescentes menores de 18 anos necessitam de providências do Conselho Tutelar.

O Grupo Fauna orienta que todo cidadão que se depare com crimes ambientais, dentre eles maus-tratos aos animais, que busque apoio dos órgãos competentes, ou seja, a ação da polícia, em casos de flagrante, ou o registro de boletim de ocorrência, em casos já ocorridos.

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