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NEGLIGÊNCIA

Atropelamentos de animais em rodovia aumentam após retirada de parte de cerca de proteção

Retiradas durante obras realizadas na rodovia, as cercas tinham um papel fundamental na proteção à fauna silvestre

1 de julho de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Imagem Ilustrativa/Reprodução/JB Litoral

Tornou-se mais comum encontrar animais silvestres atropelados na rodovia que responsável pelo novo acesso ao Sul da Ilha de Florianópolis, em Santa Catarina. Com a retirada de parte da cerca de proteção em decorrência de obras na pista, pelo menos três atropelamentos foram registrados recentemente.

A situação trágica é confirmada pelo professor Ajamil Fernandes, que percorre a região de bicicleta. “Começou mais evidente há um ano mais ou menos. (…) eu vi uma capivara morta próximo do trevo, um graxaim onde termina a cerca e uma outra capivara. De um mês para cá, foram três casos: uma que não estava morta, ferida e mancando pelo caminho, uma morta próximo ao acesso do aeroporto e uma morta no meio da Via Expressa”, contou ao jornal Balanço Geral Florianópolis.

Boa parte da rodovia recebeu cercas de proteção na época da construção do trecho. A medida era uma exigência de órgãos ambientais que liberaram a obra da rodovia que corta uma grande região de mangue na Reserva da Costeira do Pirajubaé. No entanto, durante uma obra recente de instalação de tubos da Casan pedaços da cerca foram retirados e até o momento não foram recolocados, tendo sido substituídos por proteções plásticas que não evitam a passagem dos animais.

Agente da PMRv, Juliana Lopes de Souza Nunes dá recomendações aos motoristas para evitar atropelamentos de animais na região, protegendo a si mesmo e também à fauna nativa.

“Ao identificar animais soltos na via, reduza a velocidade e não ultrapasse o animal. Sinalize os demais condutores sobre essa situação perigosa com o uso do pisca alerta. Evite também usar a buzina e faróis altos. Os animais se comportam de maneira inesperada quando se sentem ameaçados”, pontuou.

Estruturas sob o asfalto foram construídas para permitir que os animais se desloquem de um lado ao outro da reserva cortada pela rodovia. Chamadas de “passa-fauna”, 11 dessas passagens foram implementadas ao longo de 8 quilômetros de pista. Apesar disso, as falhas na cerca mantém alto o risco de atropelamentos.

De acordo com o biólogo Emerilson Emerim, os atropelamentos ocorrem principalmente no final do dia porque “a rodovia corta áreas úmidas, locais de habitat de vários animais, dentre eles as capivaras, que são animais de hábitos crepusculares. Elas estão em atividade ou no amanhecer ou no anoitecer, muitas vezes estão com filhotes. Então, o risco de atropelamento é muito grande e isso afeta a população desses mamíferos roedores no entorno da rodovia”.

“Que se faça, então, um cercamento provisório atrás dessa cerca que está sendo reparada, para justamente evitar que nesse período os animais entrem na rodovia e possam ser atropelados”, completou.

Ao ser questionada sobre os acidentes, a Casan afirmou que um animal foi atropelado a mais de 1 km da área onde os funcionários das obras trabalham. Disse ainda que a recolocação das cercas é realizada de acordo com o avanço das obras.

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