Ativistas lutam para tentar mudar a situação da beluga Bella que vive sozinha em um tanque em Seul, na Coreia do Sul. Os defensores relatam que já faz quase cinco anos que o Grupo Lotte, dono do aquário onde ela vive, disse que a libertaria e ela segue presa.
A história de Bella começou em 2013, quando foi capturada no Oceano Ártico ao largo da costa da Rússia com dois belugas machos, Bello e Belli, aos dois anos de idade. Ela foi vendida para o aquário, localizado em um shopping sob a Torre Lotte World, que é de propriedade de um dos maiores conglomerados da Coreia do Sul.
A tragédia aconteceu em 2016, quando Bello morreu prematuramente aos cinco anos de idade, seguido pela morte de Belli, de 12 anos, em 2019. A expectativa média de vida de uma beluga na natureza é de 35 a 50 anos.
Uma indignação pública se seguiu, levando a Lotte a prometer libertar Bella logo após a segunda morte e novamente em 2021. Mas tais esforços foram interrompidos, por motivos que incluem a pandemia de Covid.
Quando representantes do jornal The Guardian visitaram o aquário, Bella foi vista alternando entre girar sem rumo e flutuar imóvel em seu tanque de 1.224 toneladas. As belugas podem crescer até 5,5 metros de comprimento, mas o tanque tem apenas sete metros de profundidade. “Ela carece de estímulo e está mostrando sinais de doença mental”, disse , Jo Yak-gol, do grupo ambientalista marinho Hot Pink Dolphins.
A Dra. Valeria Vergara, co-diretora do programa de pesquisa de cetáceos da Raincoast Conservation Foundation, disse que as belugas são altamente inteligentes e sociais. “Elas cooperam entre si a ponto de ajudar a criar os filhotes umas das outras”, disse a bióloga marinha, que estuda esses animais há mais de duas décadas. “Manter tais seres em cativeiro é simplesmente antiético.”
Em dezembro de 2023, a Coreia do Sul proibiu a compra de baleias e golfinhos para exibição. No entanto, a lei não se aplica retroativamente, o que significa que animais já em cativeiro, como Bella, podem ser mantidos. Os ativistas têm pedido para Lotte fechar completamente a exposição de Seul.
Bella é uma das cinco belugas em cativeiro na Coreia do Sul, ao lado de uma no Aqua Planet Yeosu e outras três no Geoje Sea World. Até recentemente, este último oferecia pacotes onde os visitantes podiam pagar para montar nas baleias; isso foi proibido desde então.
A transferência de Bella para um santuário à beira-mar é “a única opção ética”, segundo Vergara. Tendo sido removida de seu habitat natural tão jovem, ela não conseguiria sobreviver no oceano aberto. As belugas aprendem habilidades necessárias, como caçar, migrar e se comunicar, a partir de seus grupos sociais.
Em um comunicado, o Lotte World Aquarium disse que está “pronto para enviar a baleia beluga a qualquer momento”. Disse estar em discussões com um comitê composto pelo ministério dos oceanos e pescas, grupos de defesa dos animais e especialistas em baleias para realizar a libertação de Bella “com base em um plano científico e prático”.
O aquário acrescentou que está considerando um santuário na Islândia, além de ter santuários na Noruega e no Canadá como segunda e terceira opções.
Enquanto o Grupo Lotte não toma a decisão a ONG Hot Pink Dolphins protesta na frente da Torre Lotte World exigindo: “Libertem Bella agora!”