Os ativistas pelos direitos animais denunciaram o assassinato brutal de um urso pela polícia florestal em Trentino, província na Itália. Apelidado de M90, o urso pardo foi considerado uma ameaça à segurança pública após a alegação de que o animal seguiu intencionalmente pessoas em três ocasiões. A ordem de matar o urso foi dada por Maurizio Fugatti, presidente da província.

O urso, identificado por sua coleira de rádio e marcações na orelha, foi visto em 12 ocasiões em áreas residenciais ou nas imediações de moradias permanentes, de acordo com as autoridades provinciais, por isso assassinaram ele. O animal foi localizado em uma área florestal  ontem, 06, e foi morto.

Este incidente ocorreu em meio a batalhas legais em andamento entre Fugatti, e grupos de defesa dos direitos animais sobre como lidar com ursos considerados perigosos. O debate se intensificou em abril do ano passado, quando um homem chamado Andrea Papi foi morto por um urso enquanto corria ao longo de uma trilha perto de uma vila em Caldes.

Ativistas ambientais e pelos direitos animais afirmaram que protestarão na capital provincial, Trento, no sábado, argumentando que a rapidez com que a ordem e a execução de M90 ocorreram não lhes deu tempo para buscar um uma solução sem crueldade para o caso. “Foi um ato brutal. O animal nunca causou nenhum dano, não deveria ter sido considerado perigoso”, disse Lucia Coppola, conselheira provincial do partido Verde italiano.

A OIPA, principal grupo de defesa dos direitos animais no país, afirmou que a política da província é “curta e hostil aos animais” e não protege a biodiversidade. “Esperamos até o final por uma mudança, mas o presidente Fugatti ignorou o pedido da opinião pública”, afirmou o grupo. “M90 era um jovem urso culpado por ter sido avistado algumas vezes perto de áreas habitadas.”

Acredita-se que os ursos foram levados da Eslovênia para Trentino no início dos anos 2000 como parte de um projeto para reverter o declínio da população de ursos pardos na região. Há cerca de 100 ursos na província.

Um comitê estabelecido em memória de Papi expressou preocupação com as aparições mais frequentes de ursos, especialmente durante o inverno, quando os animais normalmente estariam hibernando. Acredita-se que eles estejam se aproximando de áreas habitadas em busca de comida, mesmo no inverno, devido às temperaturas mais quentes.