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DESOLAÇÃO

Ativistas enfrentam exército russo para salvar animais presos sob escombros após 60 dias de guerra na Ucrânia

26 de abril de 2022
Bruna Araújo | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Foto: Javier Fergo | Reprodução | The Guardian

Mais de cinco milhões de pessoas deixaram a Ucrânia nos últimos 60 dias, mas milhares de protetores e ativistas, ucranianos e estrangeiros, estão arriscando as próprias vidas para salvar animais que ficaram para trás em situação de completa vulnerabilidade. Diariamente, cães, gatos e outros animais são encontrados feridos e assustados embaixo de escombros. Animais explorados para consumo ou confinados em zoos particulares também estão recebendo ajuda e sendo resgatados na medida do possível. Muitos ativistas, ameaçados por militares russos, estão precisando enfrentar o exército invasor para salvar os animais que estão presos em áreas de bombardeios.

Foto: Javier Fergo | Reprodução | The Guardian

Organizações, como a Polish Centaurus Foundation, conseguiram reunir um verdadeiro exército de voluntários, corajosos, que não medem esforços para resgatar animais. Não há, ainda, um censo oficial de quantos animais foram salvos, pois a maior preocupação é retirá-los do país em segurança o mais rápido e, para isso, ativistas estão usando caminhões, carros e vans e alocando os animais da melhor forma possível para levá-los para países na fronteira. Além de salvar os animais que estão vagando à própria sorte, os voluntários também estão prestando apoio a abrigos que foram gravemente afetados por bombardeios. A crise avança cada dia mais.

Foto: Javier Fergo | Reprodução | The Guardian

Mais de 100 animais em situação de risco em zoos, incluindo ursos, tigres e leões, foram resgatados e levados para locais seguros. Alguns ainda estão na Ucrânia, em locais mais seguros, e outros foram enviados para a Romênia e a Polônia. Nas ruas, por toda parte, após 60 dias de conflito e tensão, há animais famintos, comendo qualquer coisa que conseguem encontrar. Outros estão feridos ou assustados e confusos com os sons das explosões. Muitos estavam escondidos em suas casas, onde não há mais ninguém. Os santuários de animais selvagens também estão sofrendo com o risco de bombardeios e a possível falta de recursos no futuro, apesar de receberem ajuda internacional.

Superlotação

A invasão russa acaba de completar dois meses e a situação dos animais que estão na Ucrânia é crítica. Todos os abrigos estão sofrendo com a falta de suprimentos, comida e a superlotação causada pelo abandono de milhares de animais. A ativista Natalia Tyrko, voluntária de um abrigo em Lviv, afirma que teme pelo futuro dos cães e gatos que não conseguiram ser retirados do país. “Alguns dos animais estão em péssimo estado. Alguns não comem há muito tempo e estão estressados ​​com o que presenciaram. Alguns deles se mordem e se arranham. Estamos fazendo o possível para ajudar”, desabafou.

Foto: Javier Fergo | Reprodução | The Guardian

O abrigo onde Natalia atua está acolhendo mais de 800 animais, entre cães e gatos. O local recebeu muito mais animais, mas alguns foram enviados para a Polônia ou encontraram novos adotantes em Lviv. Com recursos que recebeu do exterior, o abrigo está tentando construir novos recintos para acolher cães que foram salvos em Kiev após bombardeios russos. “Muitos animais são deixados aqui porque os tutores acham que eles trarão dificuldades para as famílias encontrarem abrigos em outros países. Estamos fazendo tudo o que podemos. Precisamos de mais ajuda. Estamos recebendo alimentos e remédios, mas precisamos de tudo”.

Foto: Javier Fergo | Reprodução | The Guardian

Não há números oficiais sobre quantos animais domésticos ficaram desabrigados desde a invasão russa. Além dos abrigos tradicionais, bunkers e prédios do governo se tornaram abrigos improvisados para animais. Após mais de 50 dias de conflitos, ainda há muitos animais sendo resgatados em meio a escombros ou vagando em áreas devastadas. A maioria dos animais resgatados está com sequelas físicas e emocionais. Muitos perderam seus tutores e os viram morrer, mas há também os casos de cães e gatos traumatizados que foram abandonados pelas pessoas que mais amavam e confiavam. “Fazemos o que podemos para ajudá-los”, finalizou Natalia.

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