Por Patrícia Tai (da Redação)
Uma mulher de Ohio (EUA), que comparou o trabalho dos ativistas pelo bem estar animal com o da luta pela libertação das pessoas dos campos de concentração da Segunda Guerra Mundial foi acusada de tentar solicitar o assassinato de uma pessoa usuária de peles, segundo autoridades locais.
Meredith Lowell, de 27 anos, da cidade de Cleveland Heights, compareceu na terça em uma delegacia de Cleveland, onde um juiz ordenou que ela ficasse detida aguardando uma audiência na próxima semana. Um de seus advogados de defesa, Walter Lucas, se recusou a falar sobre o assunto quando contatado por telefone após ter comparecido ao tribunal.
Os investigadores dizem que o FBI foi notificado em Novembro a respeito de uma página no Facebook criada por Meredith, sob o pseudônimo de Anne Lowery, oferecendo de 830 a 850 dólares para o candidato a ser o assassino, e dizia que o candidato ideal deveria ser morador do nordeste de Ohio, segundo uma declaração do FBI apresentada ao tribunal na sexta-feira.
“Eu gostaria de criar uma comunidade no Facebook que me permitisse encontrar uma pessoa disposta a matar alguém vestindo peles, para o final de outubro de 2011 ou início de novembro de 2011, ou possivelmente em janeiro de 2012 ou fevereiro de 2012, no máximo”, ela escreveu, de acordo com a Cleveland.com.
“Traga uma arma”
O depoimento diz que um funcionário do FBI fingindo ser um candidato potencial começou a trocar mensagens com Meredith via e-mail, e ela ofereceu-lhe 730 dólares em jóias ou dinheiro para o assassinato de uma vítima de pelo menos 12 anos de idade, mas “preferencialmente de 14 anos de idade ou mais”, nos arredores de uma biblioteca que fica próxima a um parque infantil em sua cidade natal.
“É preciso trazer uma arma que tenha um silenciador e que possa ser facilmente escondida no bolso da calça ou casaco (…). Se você não quer correr o risco de ser pego com uma arma antes de fazer o trabalho, traga uma faca afiada que tenha pelo menos 4 centímetros de comprimento, e que deva ser forte o suficiente para apunhalar alguém e/ou cortar a sua garganta para matá-lo. Eu quero a pessoa morta em menos de 2 minutos”, diz um e-mail reproduzido no depoimento.
Segundo a Fox 8 Cleveland, o depoimento também informa que Meredith usou computadores da Biblioteca de Cleveland Heights em sua busca pelo candidato para ser o assassino.
Ela disse ao agente disfarçado que queria estar no local quando o assassinato cometesse o crime, para que ela pudesse distribuir panfletos em seguida, diz o processo. Ela esperava ser presa para que pudesse chamar a atenção para as suas crenças, e para sair da casa que dividia com os pais e irmãos que comem carne e ovos e usam couro, pele e lã, disseram os investigadores.
Em seus e-mails, Meredith também escreveu que ela não via nada de errado em “libertar” os animais de fazendas da indústria de peles e dos laboratórios, uma vez que “os soldados libertaram as pessoas de campos nazistas na Segunda Guerra Mundial”.
Ela também criticou um novo aquário em Cleveland – dizendo que “é errado que os animais sejam levados de seu meio contra a sua vontade e colocados dentro de uma banheira”, e também falou sobre um centro de pesquisas clínicas de Cleveland (Cleveland Clinic), e nesse caso ela disse que os animais deveriam ser “libertados e colocados em algum lugar onde não sejam torturados”.
“Estou chocada e horrorizada com o fato de que alguém pense que cometer violência possa ajudar em uma causa que é toda sobre a não-violência”, disse Jennifer para o canal de TV.
“Os seres humanos são animais também, e nós queremos que todos vivam em um ambiente pacífico, e não apenas animais não-humanos”, Wagar Cinch acrescentou.
Meredith Lowell enfrentará uma audiência na próxima terça-feira para determinar se ela terá a oportunidade de fiança ou se ficará detida sem direito a fiança até a resolução do caso.
A Associated Press e a msnbc.com contribuíram para esta reportagem.
Nota da Redação: A ANDA faz questão de reforçar o repúdio a qualquer ato de violência – seja contra animais humanos ou não humanos. É injustificável e criminosa a intenção dessa mulher que se autodenomina ativista pelos direitos animais. Não, ela não serve aos direitos animais. Trata-se de uma pessoa doente, que precisa de acompanhamento psiquiátrico e de encaminhamento policial, já que seu comportamento representa um perigo a qualquer sociedade que tem como alicerces princípios como a ética, o respeito à vida e uma conduta pacífica. Ativistas pelos direitos animais respeitam sobretudo o direito à vida de todos os seres, atuando sempre de modo pacífico. Atos como o de Meredith servem apenas à perpetuação de um mundo ainda mais violento e cruel.