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Animais silvestres são vítimas de queimadas na região de Bauru (SP)

23 de agosto de 2015
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Filhote de onça parda sofreu queimaduras (Foto: Reprodução / TV TEM)
Filhote de onça parda sofreu queimaduras (Foto: Reprodução / TV TEM)

Os animais silvestres estão sofrendo com as queimadas no Centro-Oeste Paulista e, para fugir do fogo, acabam invadindo as áreas urbanas, onde são vítimas de atropelamento e também maus-tratos. A Associação Protetora dos Animais de Assis recebe diariamente esses animais. É o caso do filhote de onça parda que se perdeu da mãe ao fugir de uma queimada em Bariri (SP).
Ele foi encontrado pelos bombeiros na área urbana com queimaduras nas patas e ferimentos na cara. De acordo com Aguinaldo Godoy, um dos responsáveis pela associação, será difícil ele voltar a viver na natureza.
”A mãe precisa ensinar ele caçar os animais, precisa ensinar ele a se aproximar ou não de seres humanos ou de residências, mas isso vai até o sétimo mês, pequenininho, ele tem mais ou menos três meses, ele é muito vulnerável.”
Com o habitat ameaçado pelos incêndios, os animais fogem e chegam às rodovias. Uma cobra ficou no meio da pista. Ela tentou dar o bote para se defender dos caminhões que passavam pela estrada. O animais foi solto em uma mata. Entre as vítimas das estradas na região estão um veado catingueiro e um sagui.
Em Botucatu, o Centro de Medicina e Pesquisa em Animais Silvestres da Unesp recebeu em apenas uma semana oito tamanduás. “Esses animais são vítimas de queimadas, eles cada vez mais se aproximando do trecho urbano, atrás de abrigo e acabam passando por rodovias e sendo vítimas de atropelamento”, explica Renato Bastos, veterinário do Cempas.
Quando a mata fica toda queimada, a reprodução dos animais corre risco. As aves, por exemplo podem perder a referência nas árvores para fazer os ninhos, o que causa impacto ambiental. Os biólogos contam que com a aproximação da primavera, os animais já começam a se preparar para o período de reprodução.
Por isso, as queimadas além de matar os animais, prejudicam as futuras gerações da fauna da região. “Dessa forma a gente pode ser que eles pulem um ano sem ter uma geração da espécie o que vai ter problemas sérios futuros em relação à diversidade destas espécies”, ressalta o diretor do Zoológico de Bauru, Luiz Pires.
O meteorologista José Carlos Figueiredo explica que a estiagem deve continuar no Centro-Oeste Paulista até outubro. Por isso ele faz um alerta para evitar que os incêndios não atinjam os animais. “É muito comum também nesta época do ano, a intensidade dos ventos aumentarem. Com a intensidade dos ventos entre moderado a forte fica muito difícil pros bombeiros fazerem o controle desse fogo.”
Fonte: G1

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