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SOFRIMENTO SEM FIM

Animais resgatados das enchentes no Rio Grande do Sul têm traumas. Entenda

Para a reabilitação, veterinária diz ser “fundamental respeitar o tempo e o espaço de animais que passaram por situações tão estressoras”

25 de maio de 2024
Luana Viana
2 min. de leitura
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Foto: Igo Estrela | Metrópoles

Em meio as fortes enchentes que assolam o Rio Grande do Sul desde o dia 29 de abril, 12.440 animais foram resgatados, segundo o último boletim da Defesa Civil. Mesmo com suas vidas salvas, os animais têm apresentado comportamentos que podem ser ligados a traumas. A médica veterinária comportamentalista Fernanda Rossi explicou que “é possível reabilitar os animais vítimas das enchentes a partir de um manejo gentil e respeitoso”.

Ao longo desse último mês de tragédia no estado gaúcho, imagens dolorosas de cachorros se jogando na água para chegarem ao barco de resgate e de gatos chorando em cima de telhados pedindo socorro foram vistas diariamente. Também há muitos bichos que, mesmo estando em um local seguro, após o resgate permanecem com comportamentos repetitivos ligados ao trauma. Continuam subindo em cima das casinhas já nos abrigos e movimentando suas patinhas como se estivessem nadando em terra firme.

Segundo Fernanda Rossi, isso pode ter relação com o fato de os animais “terem passado um longo período expressando aquele comportamento e ainda seguir com o reflexo, mesmo que já não expostos à água”.

A médica veterinária comportamentalista também explicou que, apesar de não ter nenhum estudo específico sobre comportamentos traumáticos gerados em animais após enchentes, com o devido tratamento, eles podem ser recuperados.

Manejo gentil

“É possível reabilitar os animais vítimas das enchentes a partir de um manejo gentil e respeitoso. Começando com um lar definitivo ou temporário para aquele animal estar em local mais tranquilo e controlado. Neste novo lar, possibilitar que o animal descanse e relaxe em um cômodo afastado e longe de humanos e animais que ali vivem”, afirma.

“Quando ele já estiver se sentindo confortável, inicia-se uma aproximação gradual, utilizando reforço positivo (como brinquedos, comida, petiscos, sachês) para causar uma boa impressão ao cão daquela situação”, conclui a médica veterinária.

Fernanda Rossi ainda informou que “o acompanhamento com uma veterinária comportamentalista é muito importante, para avaliar a saúde clínica e o estado emocional atual, além de elaborar o melhor tratamento para cada indivíduo, podendo incluir manejo ambiental, modificação comportamental, uso de psicofármacos e/ou feromonioterapia”, diz.

“É fundamental respeitar tempo e espaço de animais que passaram por situações tão estressoras.”

Fonte: Metrópoles

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