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FORTALEZA (CE)

Animais morrem carbonizados em incêndio criminoso no Parque do Cocó

23 de novembro de 2021
Andrine Perrone | Redação ANDA
4 min. de leitura
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Créditos G1 | Incêndio em Fortaleza

Segundo as informações do G1, na última quarta-feira (17), vários animais morreram carbonizados em um incêndio que durou mais de 17 horas no Parque do Cocó, em Fortaleza (CE). O Corpo de Bombeiros combateu 12 focos de incêndio na região. Além disso, a fumaça causada pelo incêndio invadiu vários bairros da cidade.

Foram encontrados mortos, rãs, sapos e mussuns, que eram uma espécie de peixe comum no parque. De acordo com as informações do G1, o fogo começou por volta das 18h.

O secretário do Meio Ambiente do Ceará, Artur Bruno, conta que a área afetada pelo incêndio é a maior em toda sua gestão e que teve impactos consideráveis. No mesmo dia, uma aeronave da Coordenadoria Integrada de Operações Aéreas (Ciopaer) fez um sobrevoo e fez o registro da região.

“Dos sete anos que estou como secretário, foi o maior incêndio que vi no Parque do Cocó. Os impactos são muito grandes. A fauna, como vocês estão vendo, foi prejudicada. Já vimos cobras, rãs e sapos que foram queimados e existe a possibilidade que existam mais. A área queimada era muito grande. A flora que foi mais o capinzal que fica na beira do rio. Perdemos poucas árvores, porém é parte da flora que se vai. Sem falar nesta fumaceira que prejudica a saúde das pessoas”, afirmou.

Créditos G1 | Incêndio em Fortaleza

Segundo Bruno, a hipótese de crime ambiental não está descartada. Apesar disso, as causas do incêndio são desconhecidas.

“Vamos fazer uma avaliação. Ver as causas. Vamos tentar descobrir as causas deste incêndio. Junto com o Corpo de Bombeiros, Semace e Delegacia de Crimes Ambientais. Vamos fazer um grande estudo para descobrir essas causas. Podem ser várias causas, pois não podemos afirmar nada agora. Que seja possível ser criminoso porque o próprio Corpo de Bombeiros percebeu que havia 12 focos”, afirma.

Queimadas simultâneas

De acordo com os relatos, o Corpo de Bombeiros teve dificuldade em combater o fogo no Parque Ecológico do Cocó. Além dos vários focos de incêndio simultâneos em locais de difícil acesso, eles ainda tiveram que conter focos subterrâneos.

A fumaça causada pelo incêndio, se espalhou por ruas e avenidas de vários bairros da capital, que amanheceram coberta pela fumaça do local, nesta quinta-feira (18).

Os bombeiros realizaram o combate manual, com abafadores, enxadas, entre outros equipamentos. O tenente Loreto relata que, seis guarnições estiveram na região, porém as equipes encontraram dificuldade em conter o fogo devido à quantidade de focos, em áreas de lama, o que impossibilita o uso das viaturas.

Crédito G1 | Fumaça causada por incêndio.

“A gente não está falando de um incêndio, nós estamos falando de 12 incêndios na mesma área. Foram vários focos, ou seja, totalmente criminoso, alguém ou algumas pessoas fizeram queimas sucessivas. Outro problema também é que lama é quase na altura do joelho, ou seja, é muito ruim a locomoção, tem que tomar cuidado com a segurança, caso o fogo avance nos bombeiros ele não vai ter como correr.”, afirma o tenente.

Além disso, os bombeiros tiveram que lidar com os focos do chamado “fogo de turfa”, que são os subterrâneos, considerado um dos mais complexos tipos de incêndios florestais. A turfa é o tipo de material orgânico resultante da decomposição da vegetação que se acumula no solo e pode alcançar vários metros de profundidade, tornando-se altamente inflamável.

“É uma queima de raiz, de turfa, material muito complicado. Você tem que usar enxada, cavar, para conseguir acessar. O que nós fizemos foi a queima de alagamentos de setores, isolando essa raiz”, comenta Loreto.

O incêndio chegou a ser controlado no mesmo dia, porém voltou a pegar fogo durante a madrugada de quinta. Os focos próximos eram próximos à Avenida Raul Barbosa. Em alguns trechos da Avenida Raul Barbosa e da Avenida Murilo Borges a visibilidade foi comprometida pela fumaça.

A aeronave da Ciopaer foi usada para bombear água, retirando água do Rio Cocó para jogar água na área afetada, enquanto os bombeiros acessaram os focos por terra. Seis guarnições foram usadas no local, realizando o combate indireto ao fogo.

“O acesso foi totalmente através de assopradores, bombas costais, enxadas, abafadores, tinha toda essa dificuldade. É uma linha de aproximadamente 800 a 900 metros de fogo”, relata o tenente Loreto.

 

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