Por Martha Follain (da Redação)
Fumo passivo é a inalação da fumaça expelida por um fumante. Infelizmente, animais , também se tornam vítimas dos fumantes ativos, podendo adquirir os mesmos malefícios e riscos para a saúde.
“O ar poluído pela fumaça do cigarro tem três vezes mais nicotina, monóxido de carbono e até cinquenta vezes mais substâncias cancerígenas do que a fumaça tragada pelo fumante ativo. Por conta desse veneno, os fumantes passivos ocupam o terceiro lugar na lista de mortes evitáveis da OMS, atrás do consumo excessivo de álcool.
As crianças são as maiores vítimas – porque sofrem com os efeitos do cigarro antes mesmo de nascer. De todos os fumantes passivos, setecentos milhões são crianças. Isso corresponde à metade das crianças do mundo” afirma Dr. Joaquim Rodrigues, pneumologista pediátrico e coordenador do Centro de Doenças Respiratórias da Pediatria do Hospital Albert Einstein.
Em relação aos animais, ainda não se sabe o número de vítimas. O que se sabe, é que a inalação por animais dessa fumaça, é mais profunda, causando maiores danos a eles, já que suas vias respiratórias são diferentes das humanas.
Doenças que podem ser causadas: câncer de pulmão, câncer nasal, câncer de bexiga, asma, bronquite, câncer de pele, problemas de pele (já que a fumaça também fica impregnada no pelo do animal, sendo gatos as maiores vítimas – pois se lambem), problemas de audição, problemas cardíacos, rinite, alergias, sinusite, enfisema pulmonar.
Apenas 15% da fumaça do cigarro é inalada pelo fumante. O restante é disperso no ar, expondo animais e a quem estiver ao redor, a mais de quatrocentas toxinas. Essa fumaça tem mais de cinquenta substâncias causadoras de câncer, assim como monóxido de carbono. Segundo o site petplace.com as raças de cães de focinho alongado, correm mais o risco de desenvolver câncer nasal, enquanto animais com focinho curto (gatos também) têm mais risco de desenvolver câncer de pulmão.
Já em 2007, a Revista Saúde alertava para esse perigo:
Animal pode ser fumante passivo
(Por Maria Fernanda Ziegler, da Revista Saúde / edição de junho de 2007)
Fumaça sob o mesmo teto. Seu animal virou amigo, é companheiro para o que der e vier, mas mantenha-o bem longe do cigarro.
Parar de fumar não está nos seus planos imediatos? Pena. Por você e por todos ao seu redor, incluindo o pet que mora na sua casa. Ele também é vítima das baforadas. Tem gente que nunca parou para pensar, mas o animal que convive com cigarro do tutor é um fumante passivo. E sofre com isso. “Cães e gatos ficam sujeitos a rinites, outras irritações nasais e até câncer”, alerta a professora Maria Lúcia Dagli, do Departamento de Patologia da Faculdade de Medicina Veterinária da Universidade de São Paulo. Você já deve ter ouvido infinitas vezes, mas não custa repetir: o tabaco contém dezenas de substâncias cancerígenas e milhares de outras toxinas.
Quem está por perto, animais incluídos, acaba inalando cerca de 85% desse mix venenoso expelido na fumaça (no complemento, outros riscos do fumo específicos para os felinos). Alguns trabalhos realizados mundo afora comprovam os efeitos nefastos em animais . No Brasil ganha destaque o estudo do veterinário Marcello Roza. Em sua dissertação para a Faculdade de Medicina da Universidade de Brasília, a UnB, ele relata as conclusões de uma pesquisa feita com 30 cães da raça yorkshire. Quinze deles tinham tutor fumante. E todos os integrantes desse grupo, sem exceção, apresentaram algum tipo de estrago no sistema respiratório por causa da exposição constante à nicotina, ao alcatrão e companhia.
A encrenca mais comum atende pelo nome de antracose lesão provocada por partículas de poluentes que se instalam nos pulmões, formando pigmentos negros. O agravamento do quadro pode levar ao câncer pulmonar. E a ameaça cresce se a raça do cachorro for dotada de focinho curto, que não filtra o ar tão bem. Já para os cães que têm essa parte mais alongada, o perigo é um tumor nos seios nasais. “Como o tempo de vida do bicho é breve, a doença se desenvolve mais rapidamente nele”, lembra o veterinário.
As raças mais prejudicadas pelo fumo passivo são as de pequeno porte. É que esses animais tendem a ser mais caseiros e, portanto, ficam mais próximos do tutor e da fumaça do tutor. Não é justo com o pobre animal. Então, se você ainda não se convenceu de que o melhor mesmo é abandonar o vício e por todos os motivos que já está cansado de saber , pelo menos trate de apagar o cigarro quando seu fiel escudeiro estiver por perto.
Portanto, senão pela sua própria saúde, mas pela daquele que o ama tanto:
Por amor, pare de fumar!