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SOFRIMENTO

'Animais estão se esforçando para sobreviver à seca', diz veterinário que esteve no Pantanal

Durante os trabalhos realizados pelo veterinário no bioma, foram encontrados animais mortos e feridos que foram diretamente impactados pelo fogo, mas também foram registrados casos de animais que sofreram um impacto indireto causado pela perda de habitat

4 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução

As queimadas não são o único problema enfrentado pelos animais silvestres no Pantanal. A seca extrema também tem dificultado a sobrevivência da fauna, que luta para não padecer em meio à escassez de água e alimento. Médico veterinário, Arthur Gava deixou o município de Toledo, onde mora no Paraná, para socorrer animais no Pantanal de Mato Grosso, e lamentou ao presenciar com os próprios olhos o sofrimento das espécies.

Na região da Rodovia Transpantaneira, Gava realizou trabalhos na cidade de Poconé entre os dias 13 e 27 de setembro. O veterinário é um dos membros do Grupo de Resgate de Animais em Desastres (GRAD Brasil), que realizou as ações com o apoio do Conselho Regional de Medicina Veterinária do Paraná (CRMV-PR).

Antes da viagem, testes de Covid-19 foram realizados na equipe que fez varreduras pela região pantaneira em busca de animais queimados, famintos, sedentos e mortos. “Foi um número expressivo de atendimentos. Jacarés foram mais de 70 atendimentos somando a maior casuística”, relatou ao Jornal do Oeste.

Segundo ele, dentre as dificuldades de atuar no bioma, estão as longas distâncias entre os locais de atendimento, o calor e o clima seco.

Durante os trabalhos, foram encontrados animais mortos e feridos que foram diretamente impactados pelo fogo, mas também foram registrados casos de animais que sofreram um impacto indireto causado pela perda de habitat. Além dos silvestres, foram socorridos também animais domésticos, como cavalos. Segundo Gava, “a seca no pantanal castiga todas as espécies”.

“Os animais estão se esforçando o máximo para sobreviver a essas secas terríveis que estão devastando o pantanal mato-grossense nos últimos anos”, lamentou.

Para viajar para o bioma, o veterinário realizou uma campanha de arrecadação por meio da qual pessoas da comunidade de Toledo e amigos próximos fizeram doações que garantiram as passagens aéreas. Os trabalhos realizados pelo GRAD contaram com o apoio do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) e os recursos arrecadados pelo grupo vieram de uma campanha promovida pelo Fórum Nacional de Proteção Animal.

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