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Amores caninos

17 de maio de 2011
2 min. de leitura
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Bianca Aparecida dos Santos

Um jovem turista cego tentava atravessar uma movimentada rua da cidade do Rio de Janeiro, mas a sinalização de trânsito apresentava defeitos, mudando da cor vermelha para a cor verde, em menos de oito segundos. Os motoristas estavam extremamente satisfeitos com o ocorrido, porque como todo mundo sabe, muitos cariocas sempre dão um jeitinho de avançar o sinal.

Na melhor das hipóteses, ninguém que passou pela movimentada esquina percebeu que alguém desejava atravessar. Quinze minutos se passaram e o paciente jovem continuava ali no cruzamento daquelas ruas, parado e com dores nas pernas; pois já havia caminhado bastante, desde que deixou a casa dos amigos onde estava hospedado. Encontrar o caminho para chegar ao calçadão de Copacabana tornou-se um grande desafio.

Os termômetros  marcavam quarenta graus. O desejo de beber água côco, sentar-se na areia e sentir a brisa  e o cheiro do mar, não permitiam que o jovem desistisse de seu objetivo. Mais cinco minutos e a chegada de alguém que cheirava a sua mão e roçava-se em sua perna esquerda, suavemente. O rapaz, assim como quase todos os portadores de deficiência visual, possuía sentidos muito aguçados e através do olfato e do tato detectou a presença de um simpático cão vira-latas que morava em uma das praças do bairro.

Um afago na cabeça, o rabo a balançar, sorrisos trocados  e uma das patas levantadas a empurrar as costas do rapaz para a frente. O jovem entendeu a mensagem do inteligente animal. Ambos deixaram a calçada, caminhando na direção do outro lado da rua, fazendo com que os carros continuassem parados, mesmo depois do sinal estar verde. Missão cumprida.

Na frente de um restaurante, o cachorro lambia as mãos do jovem, como se desejasse afagar a sua alma, com toda a ternura que só a inocência canina é capaz. O rapaz não cabia em si de tanta de tanta alegria e decidiu convidar o seu mais novo amigo para passearem juntos no calçadão. O pôr-do-sol tornara-se ainda mais deslumbrante naquela tarde de domingo em Copacabana ─ uma homenagem especial a um cão anjo.

Adote um cão de rua; certamente, ele será sempre o seu melhor amigo!

Autoria: Bianca Lobo e Luar (pedagoga holística, ciberativista pela não violência mundial/defensora dos animais)

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