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Amizade entre cães e seres humanos desafia a lógica

10 de abril de 2010
3 min. de leitura
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Angélica e Tucha. (Foto: Gildo Loyola - GZ)
 

A notícia se espalhou pelo mundo: um cachorro se jogou na frente de um assaltante para salvar seu tutor e acabou baleado. Assustado, desapareceu e foi considerado morto pela família, que vive no Texas, Estados Unidos. Dois meses depois, no início desta semana, foi encontrado numa cidade próxima e, assim que viu o tutor, pulou em seu colo, comprovando que a amizade entre animais e o homem desafia a lógica, o instinto animal e até a distância (leia notícia aqui na ANDA).

Os cães tendem a repetir as atitudes de quem está por perto e se tornam protetores dos tutores, segundo a veterinária Mônica Alvarenga Feijó. “É impressionante. Até a doença dos tutores eles repetem. A gente vê isso acontecer com uma frequência enorme. A relação é tão intensa, que a personalidade acaba sendo a mesma”, diz.

Angélica Freire Cordeiro, 43 anos, assina embaixo. Em 2007, ela teve um grave problema de saúde e sua família levou para ela uma cachorrinha, com cinco meses, na época. No início as duas nem podiam ficar muito próximas, por causa da doença de Angélica. Mas com o tempo, as duas não se separaram mais. “A partir do momento que eu fui melhorando, a Tucha virou o centro das atenções dessa casa. Ela virou a alegria da família”, desabafou.

O xodó entre as duas é até alvo de algumas reclamações, segundo Angélica. Mas ela não se importa. “Muitos perguntam como eu não tenho esse amor tão grande por outras pessoas, por exemplo, como eu tenho por ela. Mas só a gente sabe o que eu passei com ela do meu lado. Quando viajo, fico louca para voltar logo. Eu sinto que ela me ama e eu a amo intensamente”, declara.

Quem também não fica sem o cão é a assessora jurídica Renata Souza. Ela tem uma cadela chamada Mel, que começou a sentir um desconforto, no ano passado, e foi levada ao veterinário. O diagnóstico foi cinomose, uma das doenças mais graves dos cães, provocada por um vírus e que pode levar até á morte do animal. “O gasto foi grande na época. Foram mais de R$ 2 mil. E nós nunca pensamos em ficar longe dela. Tratamos dela sempre com esperança de que  ela se curasse”.

Imediatamente Mel começou o tratamento com medicamentos e ficou curada. Mas passou a se arrastar, já que perdeu a força nas patas traseiras. O problema só foi resolvido depois de cerca de três meses, quando Mel foi submetida a tratamento com acupuntura veterinária e voltou a andar normalmente. “Ela é muito agitada. Tem uma energia que precisa ver. Não é um cachorro quieto. Brinca com todo mundo, fica triste quando a gente não sai de casa em dia de chuva. É a mesma coisa que um ser humano”, explicou.

Surpresa até no trabalho

Até quem está acostumado com histórias de cães, também fica surpreso com o vínculo entre pessoas e bichos. A veterinária Mônica Feijó nunca se esquece de um episódio que ocorreu há cerca de dez anos com uma cliente, mas que ficou guardado pra vida toda. Um funcionário da casa dessa cliente pediu dispensa do trabalho e decidiu roubar o cachorrinho da família, na época ainda recém-nascido.

Dois anos depois, a mulher do ex-funcionário decidiu devolver o cão, já crescido, aos verdadeiros tutores. Mas nem a família reconhecia o cão, nem o cachorro lembrava dos tutores. A solução só foi encontrada no consultório da veterinária.

“Eu pedi que eles lembrassem de alguma característica que só ele tinha, quando era filhote. E eles lembraram de uma música infantil que, quando era cantada, o filhote uivava muito. Pronto. Foi só cantar a música e o cachorro lembrou, uivou da mesma forma que antes e não restou mais dúvidas. Era ele mesmo. Todo mundo chorou na sala, até eu”, brincou.

Fonte: Gazeta On Line

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