EnglishEspañolPortuguês

Americana descobre doença em gato e cria campanha pró-felinos na web

29 de outubro de 2011
3 min. de leitura
A-
A+
O gato Chairman Meow tem preceitos filosóficos (Foto: Reprodução)

Por conta de um gato doente herdado em uma longa história, a americana Wendy Cho decidiu criar um site para angariar fundos e pagar o tratamento do felino, ainda em 2003. Oito anos depois, com o gato saudável, a página continua no ar e faz alerta contra a Bartonella felina, além de doar os ganhos para o resgate de gatos de rua.

A página que Wendy criou vem ainda carregada de “conhecimentos filosóficos” e um certo contexto político. Filha de chineses, ela batizou o felino fazendo uma brincadeira com o nome do líder da Revolução Chinesa no início do século XX e filósofo marxista Mao Tse-tung (1893-1976). Tse-tung é comumente referido como “Chairman Mao” em inglês (Presidente Mao), e o gato se chama Chairman Meow (Presidente Miau).

Diferente de Mao Tse-tung, a proposta da “filosofia” de Chairman Meow é comandar uma nova revolução, a dos gatos. Entre seus ensinamentos, aparecem mandamentos cômicos, como: “Felinos do mundo, uni-vos e derrotai os agressores e todos seus cachorros que gostam de correr!”

Além disso, a tutora faz e vende camisetas com uma reprodução estilizada do gato, que, com uma boina à cabeça, se assemelha bastante a outro revolucionário, o argentino Che Guevara. Os interessados em ajudar podem ainda comprar brinquedos feitos à mão para felinos. São reproduções de tradicionais comidas chinesas, como gyoza e rolinho-primavera, feitos todos de lã por ela mesma.

“Eu não ganho dinheiro com isso, é algo que faço simplesmente porque gosto”, conta Wendy, que é bióloga especializada em epigenética e também artista plástica. Questionada sobre como conciliar as atividades, ela brinca. “Não acho que o Chairman Meow atrapalhe meu trabalho. É o trabalho, na verdade, que interfere e torna difícil fazer mais coisas pelos gatos”, afirma.

Wendy Cho e seu gato, que originou o site para arrecadar doações para o resgate de felinos das ruas (Foto: Arquivo pessoal)

‘Herança’

De volta a 2003, a história do “gato filósofo” teve início de forma peculiar. A vizinha de Wendy, uma prostituta transexual, fez um favor a um amigo que tinha Aids, e recebeu o gato enquanto o tutor se submetia ao tratamento. A vizinha, no entanto, já tinha um gato, e os dois felinos não se deram bem.

Wendy se ofereceu para cuidar do animal achando que seria no máximo por três semanas, mas ele foi ficando, ficando… E ao levá-lo ao veterinário um dia, ela descobriu que ele tinha a séria doença, que pode ser transmitida a humanos. “Foi uma grande sorte na verdade, poque se o Chairman Meow tivesse continuado com seu antigo tutor, havia um grande risco de a doença ser transmitida. Pessoas com Aids têm o sistema imunológico enfraquecido” afirma ao G1.

Com pelo menos 9 anos de idade, o felino está em ótimas condições de saúde e só precisa agora de eventuais consultas de prevenção, segundo Wendy. Para ajudar a promover o site, ela também usa o talento de artista para fazer vídeos com participações do gato. No último, ele aparece acompanhando a transformação de uma lagarta em uma borboleta.

O dinheiro vai quase todo para doações. “A missão do Chairman Meow é, basicamente, promover os animais domésticos, o resgate dos animais de rua e o fato de que eles podem ser ótimas companhias”, resume a americana.

Fonte: G1

Você viu?

Ir para o topo