Acompanhou o cortejo sem latir, sem demonstrar nenhuma expressão que não fosse respeito, saudade e uma compreensível tristeza.
Ficou ao lado da filha dele enquanto o culto feito pelo sacerdote terminava.
No momento que a menina se desesperou e com pesar chorou, ele, carinhosamente lambeu suas mãos, conseguindo assim acalmá-la, recebendo em troca um delicado afago.
Observava o quanto era querido seu amigo, quantas pessoas estavam ali para dar o ultimo adeus, todas emocionadas.
Então um uivo pode-se ouvir, sofrido, mas que vinha cheio de gratidão a todos, ele agradecia a cada um dos amigos de seu companheiro de jornada.
E após o ultimo ato daquele espetáculo fúnebre e bonito de despedida, todos se foram.
Ele então acompanhou a pequena, filha de seu amigo, até o portão, e quando todos saíram do campo santo, ele ficou.
A menina se abaixou e chorando muito disse que não o deixaria, não perderia ele também.
Mas o peludinho lambeu sua face, latiu alto enquanto rodopiava em volta dela, e a fez entender que ali seria o local que viveria seus últimos dias.
Retornou, e deitou em cima da última morada de seu verdadeiro amigo e protetor.
E ali ficou a esperar; esperar o dia que se reencontrariam além do arco-íris.