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África do Sul legaliza comércio de chifres de rinocerontes e coloca espécie no caminho da extinção

7 de abril de 2017
2 min. de leitura
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Redação ANDA – Agência de Notícias de Direitos Animais

Foto: Volunteers in Africa Beware, Facebook

Depois que os caçadores invadiram um orfanato de rinocerontes na África do Sul e mataram dois deles por seus pequenos chifres, lamentavelmente o país legalizou o comércio interno de chifres da espécie.

Isso ocorreu porque John Hume, proprietário da maior fazenda de rinocerontes do mundo (com mais de mil rinocerontes que ele criou) processou o governo para obter a moratória de 2009 sobre o comércio proibido e ele venceu.

Os chifres de rinocerontes valem mais do que o peso dos animais em ouro e são feitos de queratina, que é o mesmo material que há nas unhas dos seres humanos. Porém, os grupos do crime organizado lucram com o tráfico de queratina dos chifres por meio das fronteiras para a Ásia devido à superstição equivocada de que a queratina é capaz de curar tudo, desde ressaca até o câncer.

Hume alega que a única maneira de manter seus rinocerontes é vender seus chifres para pagar o custo de protegê-los. “Para mim, as pessoas que me impedem de vender meu chifre de rinoceronte e proteger meu rinoceronte podem também se unir aos caçadores”, declarou ao The Dodo.

Foto: COPAL, Facebook

O comércio de chifres de rinoceronte tem sido proibido internacionalmente desde 1977 porque a alta demanda pelos chifres estimula a caça e ameaça os animais de extinção.

Agora que a moratória sobre o comércio interno foi aprovada, os sul- africanos podem obter uma licença para vender os mesmos chifres que impulsionam a matança dos animais. Algumas pessoas dizem que  o comércio interno poderia facilitar o tráfico dos chifres para fora do país.

“Legalizar o tráfico doméstico de chifres de rinoceronte na África do Sul abre a porta para mais exportações. Não existe demanda doméstica por produtos feitos com chifres de rinoceronte e, como o lobby pró-comércio sabe muito bem, a razão pela qual a moratória foi implantada em primeiro lugar era impedir que o comércio doméstico fosse usado como cobertura para o tráfico”, disse Susie Watts, do Programa África da WildAid, em um comunicado.

Em 2016, em torno de 1.100 rinocerontes foram mortos na África do Sul, que contém 70% da população mundial de rinocerontes. O ano anterior foi ainda pior: 1.175 rinocerontes foram assassinados pelos seus chifres na África do Sul – uma média de três rinocerontes exterminados diariamente. Estima-se que existam apenas 29.500 rinocerontes no mundo.

“Não há uma maneira realista de manter a custódia sobre chifres de rinocerontes e impedi-los de serem traficados no exterior. Não deve haver um mercado de chifres legalizado, já que a caça de rinocerontes, o comércio e a demanda dos consumidores estão fora de controle”, concluiu Watts.

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