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CRUELDADE

Adolescente transmite ao vivo pelo Discord tortura e assassinato de um cachorro

30 de dezembro de 2021
Vanessa Santos | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Reprodução | Redes sociais

A Polícia Civil do Rio Grande do Sul investiga a transmissão de uma sessão de tortura que culminou na morte de um cachorro na cidade de Lindolfo Collor. A autoria do crime é de um adolescente de 17 anos.
Segundo a delegada Raquel Peixoto, responsável pela investigação, o rapaz deve se apresentar na delegacia de Ivoti junto ao advogado constituído. O adolescente admitiu informalmente a autoria do delito.

“O ato em si não tem nem o que falar. É de uma crueldade muito grande. Foram duas ou três vezes para conseguir ver até o final. Ele estrangulou, bateu com o martelo, até chegar ao esquartejamento”, descreve indignada a delegada.

O vídeo que circula pelas redes sociais tem quase três minutos de tortura contra o cãozinho. Raquel conta que a Polícia chegou até o jovem através de denúncias anônimas.

No último final de semana, foi autorizada a busca e apreensão na casa do infrator, que informou ainda ter jogado o corpo do animal em um rio próximo à residência onde cometeu o crime. “Ele confessou informalmente e foram apreendidos o martelo usado, a faca, o celular e vários objetos utilizados da ‘live do terror’”, diz Peixoto.

Foto: Ilustração | Pixabay

A punição para crimes de maus-tratos a animais domésticos, pode chegar a até cinco anos de reclusão com pagamento de multa administrativa que pode chegar ao valor de R$ 40.000. No entanto, por se tratar de um menor de idade, a pena, neste caso, é realizada por meio de projetos socioeducativos.

Live do terror

A ação foi transmitida pelo aplicativo Discord, uma plataforma de comunicação popular entre praticantes de eSports. A polícia apura ainda se, entre os cerca de 30 espectadores, houve incentivo à prática.

A Discord informou, por meio de sua assessoria de imprensa, que “tem uma política de tolerância zero contra o compartilhamento de imagens de crueldade contra animais”.

“Quando tomado conhecimento deste tipo de atividade, medidas são tomadas imediatamente, incluindo banir usuários, desligar servidores e se engajar com as autoridades policiais quando necessário”, informou a empresa. Ainda assim, o perfil do usuário permanece ativo.

O psiquiatra Nélio Tombini alerta para os cuidados com as redes sociais pelos pais e responsáveis de crianças e adolescentes. Para ele, o estímulo de amigos e até usuários anônimos pode incentivar a uma prática que, em seu íntimo, o adolescente não faria.

“A rede social habilita a violência. A gente não mostra a cara, não está presente. É como se fosse um espaço onde a gente larga as coisas e se dissolvem. Esse é o perigo das redes sociais: nos juntamos e mostramos nosso pior”, finaliza.

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