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Acidentes com animais nas rodovias federais do Ceará têm aumento de 17% neste ano

5 de junho de 2013
3 min. de leitura
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Animais soltos são muito comuns nas rodovias, como na CE-282, em Iguatu. (Foto: Honório Barbosa)
Animais soltos são muito comuns nas rodovias, como na CE-282, em Iguatu. (Foto: Honório Barbosa)

Com 80 acidentes envolvendo animais nas rodovias federais fiscalizadas pela Polícia Rodoviária Federal (PRF) no Ceará, os primeiros meses do ano se encerram com um aumento de 17% em relação ao mesmo período no ano passado.

A chefe do núcleo de Comunicação Social da PRF no Ceará, Neurismene Oliveira, disse que o órgão vem se empenhando na retirada de animais nas rodovias federais, uma vez que os acidentes sempre ocorrem de forma grave. No entanto, ela manifestou a preocupação quanto ao fato de que são poucos os tutores que buscam resgatá-los, principalmente quando se tratam de jumentos.

“Nós temos empreendido esforços no sentido de formar parcerias com as prefeituras municipais, de modo que possam acolher os animais apreendidos”, disse. Segundo Neurismene, experiência bem sucedida vem acontecendo com prefeitura de Itaitinga, que assumiu o recolhimento no trecho compreendido entre aquele município e Chorozinho. A inspetora observou que 70% desses acidentes ocorrem entre 17 e 1 hora da manhã, devido, principalmente, a restrição de visibilidade. “Também é um período em que muitos condutores estão cansados pela intensidade do tráfego ou dirigindo em alta velocidade, não podendo conter com os choques nas estradas”, salientou.

Por maior que seja os apelos dos órgãos públicos no sentido de que os proprietários sejam cuidadosos com bichos soltos nas rodovias, os acidentes não apresentam diminuição nos números. Durante todo o ano de 2012, aconteceram 156 acidentes.

Vulnerabilidade

O comandante do Batalhão da Polícia Rodoviária Estadual (PRE), coronel Túlio Studart, disse que neste período do ano há também uma maior vulnerabilidade para acidentes, em função de que ainda há um ciclo de chuvas. Studart explicou que embora a quadra não tenha sido tão intensa, proporcionou o crescimento de pasto no entorno da pista, atraindo rebanhos para as rodovias. Isso porque o pasto nativo cresceu e aumentou o número de animais soltos ao longo das estradas. Além disso, lembra que os animais também procuram o asfalto pelo calor.

“Nós temos intensificado o nosso trabalho de fiscalização. No entanto, o papel de apreensão dos animais compete ao Detran, uma vez que possui todos equipamentos necessários para essa logística. Nossa missão é prestar um apoio”, afirmou o comandante da PRE.

Para o coronel Túlio, há ainda um grande descaso dos tratadores e tutores quanto à gravidade do problema. “Não existe, de modo geral, uma compreensão de quantas pessoas inocentes morrem ou sofrem acidentes graves por um problema que depende muito de quem é tutor desses bichos”, disse.

O gerente das regionais do Departamento Estadual de Trânsito (Detran/CE), João Carlos de Macedo Costa, explicou que a situação alarma nas estradas estaduais, sobretudo porque não há um comprometimento dos tutores com o problema. Ele lembrou que o órgão também se empenha na conscientização para evitar os acidentes, que em geral têm consequências graves.

De acordo com a estatística do Departamento Estadual de Trânsito (Detran), em média, são recolhidos mil animais por mês. O Detran esclarece que intensificou o serviço de apreensão nas estradas.

Com isso, estuda meios legais para que os tutores de animais soltos nas rodovias, além do pagamento de multa, sofram outras sanções e sejam responsabilizados por meio de processos judiciais cabíveis.

O valor da multa para liberar um animal bovino apreendido é de R$ 111,00, além da cobrança de uma taxa diária de R$ 22,00 referente à permanência do animal nos currais do Detran.

O maior número é de jumentos, que não têm valor econômico, sofrem com o descaso e permanecem soltos nas estradas. Atualmente existem cerca de 5 mil animais no curral do órgão em Santa Quitéria.

Mais informações

Detran/CE
Av. Godofredo Maciel, 2900, Fortaleza (CE)
Maraponga
0800 275 6768

Fonte: Diário do Nordeste

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