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Abandonada para morrer, cadela é resgatada e vira mascote do Clube Náutico

1 de maio de 2017
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Louise foi adotada por Kuki (Foto: Tato Rocha/JC
Para o auxiliar técnico Kuki, um dos maiores ídolos da história do Clube Náutico Capibaribe de futebol em Pernambuco, era só mais um dia de trânsito complicado a caminho do trabalho. Para a cadelinha Louise, provavelmente, a última chance de sobreviver. Neste mês, o ex-jogador tomou a decisão de mudar o percurso para o trabalho, na tentativa de escapar do engarrafamento. Além do caminho mais livre, Kuki encontrou também um vulto sob o vão de uma pedra. Parou o carro e se deparou com a cachorrinha. Amarrada com ataduras de hospital, ela foi escondida e abandonada ali para morrer.
Louise tinha um ferimento na cabeça e estava tão debilitada que não conseguia ficar de pé. O tempo estimado em que ela esteve submetida aquelas condições era de duas semanas.
“Eu até gostaria de saber o que passa na cabeça das pessoas que fazem uma coisa dessa. Você desamparar um animal? Muita gente vê animais domésticos como filhos, né? E, depois, quando crescem um pouco, quer largar. Ou sabe que é uma fêmea. Geralmente são as fêmeas que o pessoal abandona (pela questão da reprodução). Considero uma atitude altamente deplorável. Uma pessoa fazer isso, sabendo que a vida pode cobrar dela lá na frente”, comentou Kuki.
Assim que resgatou a cadelinha, Kuki a levou ao veterinário. O profissional que a atendeu constatou que a idade aproximada de Louise é de cinco meses e que ela não apresentava qualquer doença. Apenas estava debilitada e bastante desnutrida devido aos maus-tratos. “Faz uma semana (que ele a encontrou), ela ainda está magrinha, dá para ver as costelas, mas já ganhou um pesinho. Agora é que ela está ficando legal. Nem de pé ela ficava”, lamentou.
Como tem dois gatos e mora em um apartamento, o auxiliar alvirrubro optou por levar a cachorrinha para o CT Timbu. Louise foi muito bem recebida por todos, inclusive pelos jogadores, e fica bem perto dos atletas, ao lado do hotel alvirrubro. Ela chega para substituir Botafogo, outra cadela que vivia no local, mas foi transferida para uma granja.
“Eu sempre gostei de animal. Nós tínhamos aqui outra cadela, que era a Botafogo. Louise veio para trazer a alegria. Só que ela fica do lado de fora (do hotel). Botafogo transitava demais (risos). Todo mundo gostava, brincava. Algumas vezes ela até descia para o gramado durante o treino, então quero acostumar Louise, desde pequenininha, no canto dela. Mas todo mundo gostou dela ter vindo para cá, o pessoal sabe que eu gosto de animal, então todos abraçaram a causa. Aqui todos têm um carinho grande por animais e isso facilitou bastante”, contou Kuki.
Botafogo e Louise, porém, não são os primeiros cachorros do CT do Náutico. Uma tarde no local é suficiente para perceber outros transitando pelo espaço. Vez por outra, alguns invadem os gramados onde as equipes principais e de base do Náutico treinam. As visitas inesperadas acabam por protagonizar cenas inusitadas entre os jogadores.

Apesar de gostar muito de animais, Kuki não consegue assumir responsabilidade por todos. “Eu costumo dizer que os cachorros vêm parar aqui porque o nosso CT é muito próximo da BR (101). O pessoal, infelizmente, traz os cachorros para a BR para abandonar e eles acabam vindo para cá, se instalam. Alguns ficam lá na frente, na portaria. O pessoal de lá é quem cuida. Tem outros dois com a base, que o pessoal abraçou. As pessoas do CT ajudam como podem. Uns dão a ração, outros vacinam. A questão da castração também, né? Todo mundo trabalha unido”, finalizou.

Fonte: JC Online

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