A noite desta terça-feira (14) terminou de um jeito inesperado para Glaucineide Oliveira, de 51 anos. A vendedora sofreu uma tentativa de assalto após o expediente, enquanto esperava a chuva diminuir, em frente à loja onde trabalha, no bairro Jardim Noroeste. A cena teria sido mais um momento de tensão sofrido por uma mulher se Victor, o “cão herói” e amigo fiel de Glaucineide, não tivesse pulado nas costas do assaltante e impedido que o homem efetuasse o ato.
Ao telefone, ela explicou como a cena aconteceu e quem é o cachorro que a ajudou no momento delicado. Conforme o relato, a vendedora estava sozinha na porta da loja quando um homem apareceu, se aproximou e a empurrou contra a parede.
Assustada, a mulher gritou por ajuda e se surpreendeu com a aparição e atitude de Victor, que atacou o suspeito para defendê-la. “Ele rosnou de um jeito diferente, os pelos da nuca estavam todos arrepiados, parecia até um pit bull”.
O assaltante chegou a tentar chutar o animal, mas foi novamente surpreendido pela reinvestida do cão. “O cara foi dar um chute nele e o Victor avançou. O homem saiu correndo. Victor ficou do meu lado até a vizinha aparecer, ele estava bem nervoso”, acrescentou.
O cachorro em situação de rua apareceu na loja há pouco menos de um mês, mas foi o suficiente para Glaucineide pegar carinho pelo animal. Ela comenta que deixa comida, água e uma caixa para ele na entrada do estabelecimento. A vendedora ressalta que a presença de Victor é rotina e já o considera um “funcionário pontual”.
Impossibilitada de levá-lo para casa e apaixonada por animais, a mulher, que já recebeu o apelido de “Maria cachorreira”, faz o que pode para cuidar do amigo de quatro patas e sente por não conseguir adotar Victor.
“Não posso levar porque já tenho três em casa e o principal, onde eu moro, a pessoa não aceita outro animal. Eu amo os animais, já me chamaram de maria cachorreira, não ligo mais. Sempre alimento eles na rua”, disse.
Amor aos animais – O amor pelos cachorros nasceu após a filha ganhar um ainda pequena. O animal viveu com a família por quatro anos e faleceu devido ao avanço da leishmaniose. “Fiz de tudo e não consegui salvar. Depois peguei outra cachorra na estrada, em Inocência, entrei no mato, saí toda cortada, mas tá lá comigo. Eu dei o nome de onde encontrei ela”. Conforme a mulher, os outros dois cães foram doados por familiares.
Adoção – Apaixonada por Victor, Glaucineide deseja encontrar pessoas que amem tanto o cachorro quanto ela e cuidem bem do amigo. Ela destacou que vem tratando da sarna do animal e cuidou também dos carrapatos. “Esta bonitão pra adoção. Porque não adianta eu ficar com ele durante o dia e na hora que ele mais precisa deixar ele aqui em uma caixa vulnerável”.
Quem deseja adotar o animal pode entrar em contato com Glaucineide, pelo número (62) 9 9163-6542.
Fonte: Campo Grande News
