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Poluição plástica é maior no Ártico do que em praias europeias

21 de junho de 2017
3 min. de leitura
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As costas das ilhas do arquipélago de Svalbard e da ilha de Jan Mayen foram encontradas com muito mais dejetos plásticos do que as praias europeias, apesar das pequenas populações locais.

Morsas em meio a dejetos plásticos
Foto: WJ Strietman/WUR

O plástico se origina no norte do Atlântico da Europa e da América do Norte antes de acabar no Ártico. Os resíduos descartados nos mares do Reino Unido são transportados para o Ártico em dois anos, de acordo com um estudo anterior.

Pedaços de plástico já foram congelados no gelo do Ártico ao longo das últimas décadas, apontam outras pesquisas. Isso gera um grande dissipador global de poluição plástica, muitas vezes mais concentrada do que o conhecido Grande Depósito de Lixo do Pacífico.

Como o aquecimento global resulta no rápido derretimento da cobertura de gelo, o plástico é liberado e agrava o problema. Essa poluição mata animais que ficam presos e prejudica seriamente aqueles que confundem os resíduos com alimento, informou o The Guardian.

A última expedição levou cientistas holandeses do Instituto Wageningen Economic Research (WER) a seis praias em Svalbard, onde foram registradas 876 partes de lixo visíveis por 100 metros de praia.

Na Ilha Jan Mayen, a mais remota do Atlântico Norte, eles encontraram 575 partes. Em comparação, uma média de 375 foram localizadas nas praias holandesas, apesar da proximidade com a fonte do lixo.

“Quando esses itens chegarem ao Ártico, eles permanecerão aqui. É por isso que a quantidade de lixo no Ártico está aumentando todos os anos. Consequentemente, o mar em torno de Svalbard  se torna o furo de drenagem da corrente do Golfo”, disse Wouter Jan Strietman, de uma das equipes do WER.

O objetivo da expedição, que acaba de retornar após três semanas no Ártico, é tentar identificar o desperdício plástico.

Cerca de metade do plástico estava muito fragmentada para ser identificada, mas 12% eram de redes, cordas e boias de navios de pesca.

Os pesquisadores também encontraram grandes fitas usadas para segurar caixas de peixe em embarcações de pesca.

Grande parte do desperdício vem de longe – 8% dos itens eram tampas de plástico – e um item distinto como um balde foi identificado como pertencente a fazendas de ostras no Sul da Europa.

O problema também está aumentando. “Como as correntes despejam novas quantidades de plástico durante todo o dia e essas partes diminuem, há um efeito multiplicador. Vi na frente das morsas, havia todos os tipos de plástico. Agora você consegue ver a relação direta entre esses animais inocentes e o plástico”, explicou Strietman.

Foi revelado em maio que 38 metros pedaços de lixo poluíram a Ilha Henderson, desabitada no Pacífico Sul. Com 99,8% dos resíduos eram de plástico, isso representa a maior densidade de detritos relacionados a humanos registrados em qualquer lugar do mundo.

Em fevereiro, cientistas reportaram níveis “extraordinários” de poluição tóxica na trincheira Mariana, com resíduos plásticos que transportavam produtos químicos industriais para um dos lugares mais remotos e inacessíveis do planeta.

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