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RIO DE JANEIRO

PF e MPF investigam morte de três girafas trazidas da África do Sul

Animais estavam em quarentena quando morreram e seriam levados para o Bioparque, o novo zoológico do Rio.

25 de janeiro de 2022
3 min. de leitura
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Foto: Divulgação

O Ministério Público Federal e Polícia Federal vão investigar a morte das três girafas importadas da África do Sul, que morreram enquanto estavam em quarentena para serem levadas para o Bioparque, o novo zoológico do Rio.

Seis animais, que estavam confinados em um galpão, fugiram, foram recapturados, mas três morreram. Ao todo, 18 animais foram importados.

“Essa não é apenas a maior importação de girafas na história do zoológico brasileiro, mas também a maior importação de animais de grande porte desde que os zoológicos surgiram no Brasil a partir de 1840”, explicou Igor Morais, que é biólogo e trabalha em zoológicos há mais de 15 anos.

Operação custou perto de R$ 6 milhões

“São animais ameaçados de extinção e o custo de uma única girafa hoje está estimado em 60 mil dólares”, diz ele.

Foi preciso ainda fretar um jumbo para trazer as 18 girafas para o país, um negócio que chegou perto dos R$ 6 milhões. Com autorização do Ibama, concedida em julho do ano passado.

Uma portaria do Ibama proíbe importar animais de vida livre para fins comerciais. Mas os responsáveis afirmam que as girafas fazem parte de um projeto de conservação.

Os projetos de conservação de espécies selvagens, que não fazem parte da fauna brasileira, costumam ter a participação de zoológicos do Brasil e de outros países.

A presidente da Associação que reúne zoológicos do Brasil afirma que há três anos a entidade começou a discutir um plano para importação das girafas, e que ele ainda não ficou pronto.

“As girafas chegaram antes de desse plano estar pronto, então elas tinham, se é que deviam ter vindo neste momento e quantas seriam e da onde, o plano deve estar estabelecido com as diretrizes básicas, o que fazer com essa população que já está aqui, quem que vai parar com quem, quais são os objetivos, se houver essa necessidade de nesse momento trazer indivíduos de fora tem que estar acusado dentro do plano, e nesse momento nós não temos o plano”, explicou Mara Cristina Marques.

O grupo importado pelo Bioparque é maior do que o total destes animais em todo o país.

“A população que a gente tem sobre cuidados humanos são 14 animais, entre 4 machos e 10 fêmeas em seis instituições do Brasil”, diz Mara.

A Associação dos Zoológicos está acompanhando o caso.

“Nós não concordamos em tirar animais da natureza, ponto. Por que senão estaremos contra até as diretrizes do próprio plano que a gente está estabelecendo, se a gente não sabe o que têm em cativeiro e se a gente não sabe ainda o diagnóstico, não tem porque trazer”, diz Mara.

O Instituto Estadual do ambiente esteve no resort Portobello, antes da chegada das girafas, e informou que a vistoria constatou boas condições para receber os animais. Em cada baia de 40 metros ficam três girafas.

“Não existe regulamentação referente a instalação para quarentena, caso isso fosse um zoológico estaria irregular porque a legislação define que o padrão mínimo de um recinto para duas girafas é 600 metros quadrados e não 40m como estão alojados três animais lá nas baias”, explica o biólogo Igor.

O Instituto Estadual do Ambiente deveria ter recebido até sexta-feira (21) os laudos feitos nos corpos das girafas. Como os responsáveis não enviaram estes e outros documentos, o prazo foi prorrogado para a terça-feira (25).

A Polícia Federal informou que a Delegacia de Meio Ambiente começou a fazer diligências, e o Ministério Público Federal também analisa uma denúncia sobre o caso.

O Bioparque do Rio disse que os animais não foram capturados na natureza e que a instituição de origem foi aprovada pelos órgãos competentes brasileiros e sul-africanos.

Fonte: G1

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