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EMPATIA

Maioria do povo espanhol repudia a morte e a exploração de animais

19 de janeiro de 2022
Vivian Guilhem | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Os espanhóis se sentem, em geral, muito próximos dos animais, com os quais considera que partilham emoções e sentimentos e por essa razão rejeitam a sua utilização em circos, touradas, caça, vestuário, cosméticos e outros tipos de explorações.

Isso foi demonstrado por um estudo realizado pela Fundação BBVA por meio de pesquisas onde 4 mil pessoas responderam a diferentes perguntas, cujos resultados foram: oito em cada 10 pessoas consideram que os animais têm dignidade e, nove em cada 10, que os seres humanos têm a obrigação moral de cuidar deles, sejam domésticos ou selvagens.

Esses dados exemplificam a mudança de mentalidade do país que este ano concluiu que os animais já são considerados seres sencientes por lei e que uma lei de bem-estar animal muito ampla está em estudo.

Os dados demonstram que a grande maioria acredita que “os animais sentem dor física” (8,7 em 10) ou “medo” (7,9) ou “têm emoções (7,1)” ou mesmo “sentem prazer” (6,9) de forma semelhante aos humanos. Além disso, os entrevistados entendem que esses seres vivos “têm vínculos familiares semelhantes aos dos seres humanos” (7,2) e “têm memórias e lembranças muito semelhantes” a nós. (6,6)

A modificação da estrutura genética dos animais gera avaliações desfavoráveis: 4,6 em cada 10 aceitam que seja feito se for por benefícios médicos —há poucos dias o primeiro coração de porco foi transplantado para um humano, embora a pesquisa seja anterior—, enquanto apenas 2,6 em cada 10 a aceitam quando se trata de produzir alimentos. Entretanto, 28% dos participantes explicam que assinam petições a favor dos animais, e um pouco menos (27%) que participam em ações de resgate de animais e voluntariado neste setor.

Com essa sensibilidade social, entende-se melhor que este ano na Espanha os animais se tornaram juridicamente considerados seres sencientes, o que significa que não podem ser apreendidos, hipotecados, abandonados, maltratados ou separados de um de seus tutores em caso de separação ou divórcio .

Nuria Máximo, diretora da Cátedra Animais e Sociedade da Universidade Rey Juan Carlos, explicou após esta norma “que a sociedade está mudando sua visão com relação aos animais” e os respeita cada vez mais: “Houve uma mudança na sensibilidade da população com o tratamento que damos aos animais, principalmente aqueles com quem convivemos. Hoje as pessoas sabem que animal não é uma coisa.”

Há um projeto de lei preliminar sobre bem-estar animal, que inclui medidas como a proibição de morte de animais sem justa causa, o veto ao uso de fauna silvestre em circos e o fim da venda de animais em lojas, além de uma reforma do Código Penal que prevê penas mais duras para maus-tratos.

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