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DESMATAMENTO

Cultivo de soja para atender a pecuária é mola propulsora da destruição da natureza

A destruição ambiental causada pelo plantio de soja, cujo objetivo é destinar esses grãos para ração animal e para exportação, tem por ano, bilhões de animais alimentados com a leguminosa ou o farelo de soja, principalmente frangos, galinhas e suínos

4 de dezembro de 2021
Felipe Cunha | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

A pecuária é a principal responsável pela destruição ambiental no Brasil, principalmente na região amazônica, onde há desmatamento ilegal para a criação intensiva de animais que terão como destino apenas a morte e o consumo humano.

A criação de animais, consequentemente, tem grande impacto ambiental, e essa consequência promovida pela pecuária tem levado consumidores de carne a contestarem esse tipo de prática. Porém, não é apenas deixando de se alimentar de animais que o problema do desmatamento será resolvido.

A pastagem para a pecuária, sem dúvida, utiliza grande parte de terras agricultáveis. Segundo informações do portal Vegazeta, cada boi criado no sistema extensivo ocupa hoje de 1 a 1,2 hectare, em média, isso significa que a expansão bovina desmata cada vez mais áreas no país, não somente na Amazônia.

Mas o desmatamento envolve outros tipos de produção, como a produção de soja e de outros vegetais para atender tanto o mercado interno, quanto o mercado externo de ração para espécies criadas para o consumo. O Cerrado brasileiro é um bioma responsável por 60% dessa produção.

Esse bioma – cerrado – segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), tem perdido áreas equivalentes a uma cidade de São Paulo a cada 90 dias. O WWF- Brasil também reforça que metade da área original do bioma passou também a ser ocupado pela agropecuária.

A destruição ambiental causada pelo plantio de soja, cujo objetivo é destinar esses grãos para ração animal e para exportação, tem por ano, bilhões de animais alimentados com a leguminosa, principalmente frangos, galinhas e suínos.

Além disso, além de suprir a demanda da pecuária nacional, a indústria brasileira abastece o maior mercado produtor e consumidor de carne do mundo, que é o chinês, que também é o país que mais importa carne, além de ser o responsável pela compra do produto mais exportado pelo Brasil – a soja.

Conforme dados divulgados pela Aprosoja, cerca de 77% da leguminosa é destinada para ração animal criados para o consumo. O Brasil, sendo o maior exportador de soja do mundo – tendo como destino Ásia, Europa, Oriente Médio e América do Norte, usa o farelo de soja para todas as atividades pecuárias.

Isso significa que a destruição ambiental e dos bioma brasileiros é causada tanto pela plantação de grãos, quanto para a criação dos animais.

E nesse processo industrial destrutivo, um número crescente de áreas são desmatadas enquanto as terras agrícolas poderiam ser utilizadas para, por exemplo, produzir alimentos vegetais para suprir as necessidades nutricionais da população e reduzir grande parte desse impacto ambiental.

Há uma grande incoerência em produzir tantos vegetais para alimentar animais que serão mortos para consumo e que vão contra a sustentabilidade em um sistema que já ocupa a maior parte das terras agricultáveis do mundo, e que, além dos problemas citados, são produtos que não estão e nunca estarão ao alcance de todos.

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