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CRISE CLIMÁTICA

A pecuária gera 28 vezes mais emissões de CO2 do que a agricultura

7 de novembro de 2021
Jemima Webber (Plant Basead News) | Tradução de Gustavo Prado
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Um novo estudo determinou que a criação de animais para consumo é responsável por uma taxa 28 vezes maior de emissão de gás carbônico, do que aquela resultante da agricultura, disse o jornal inglês The Guardian. A descoberta é semelhante à de outras pesquisas que já afirmaram, repetidas vezes, que os sistemas alimentares devem ser refeitos.

O estudo

Uma pesquisa importante, publicada na Nature Food, analisou o impacto da produção alimentícia global no meio ambiente. Os pesquisadores consultaram dados de mais de 200 países, incluindo informações sobre 171 zonas de plantio e 16 produtos de origem animal.

O estudo mergulhou fundo em diversos setores que envolvem a cadeia de suprimentos de alimentos, pastagens para gado, o uso de fertilizantes e o transporte de produtos. Os cientistas descobriram que a produção de alimentos é responsável por 35% de todas as emissões, gerando 17.3 bilhões de toneladas métricas de gases estufa todo ano. Isso é mais do que o dobro do que é gerado por todo os EUA.

Emissões da indústria da carne

Pesquisadores identificaram a carne como sendo um ponto especialmente preocupante. O processo de criar os animais para consumo compõe 57% do total de emissões relacionadas à produção alimentícia. Em contraste, o plantio de alimentos para o consumo humano gera quase metade de emissões de gás carbônico, 29% do total.

Alguns tipos de alimento são mais prejudiciais ao meio ambiente do que outros. A carne bovina, por exemplo, é responsável por 25% das emissões do setor de alimentos. Até mesmo o arroz, o maior emissor de origem vegetal, é significativamente menos impactante, compondo 12% das emissões.

Sistema ineficiente

Ainda por cima, os principais estudiosos da área estimam que a maior parte das terras férteis no planeta são usadas para alimentar animais de rebanho, e não pessoas. Um dos autores do estudo da Nature Food, Xiaoming Xu, contou ao The Guardian sobre suas descobertas.

“Para produzir mais carne para o consumo, você precisa alimentar mais os animais, o que por sua vez gera mais emissões de CO2. Você precisa de muita biomassa na alimentação destes animais, para ganhar uma parcela pequena de calorias. Não é eficiente”, disse Xu.

O cientista climático Atul Jain, que foi co-autor do estudo, disse ao The Guardian: “Esta pesquisa mostra o ciclo completo do sistema de produção de alimentos e suas consequências. Legisladores podem querer usá-la como base para um melhor controle da emissão de gases do efeito estufa.”

Jain acrescentou depois: “No final das contas o que importa é a decisão que cada indivíduo toma. É impossível impor nossas opiniões aos outros, mas se as pessoas se preocuparem pelo menos um pouco com a mudança climática, elas podem começar a considerar mudanças nos seus hábitos alimentares.”

É um sentimento compartilhado por muitos outros pesquisadores também. Uma análise feita em 2019, que foi a mais extensa feita na área até aquele ponto, procurou observar os impactos ambientais do sistema de produção de alimentos. Depois de estudarem dados provenientes de quase 40.000 propriedades rurais, os estudiosos concluíram que alimentos de base vegetal são drasticamente melhores para o aquecimento global do que aqueles de base animal. O líder da pesquisa, Joseph Poore, disse que, levando tudo em consideração, uma dieta vegana é a melhor maneira de reduzir sua pegada ambiental no Planeta Terra.

Eu coloquei o link para a pesquisa à qual o artigo se refere, mas está em texto escrito. Se vocês acharem que vale a pena manter, ele está no segundo paragrafo, ao lado de “Nature food”.

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