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RESGATE

Cão com ferimento grave é salvo após ser abandonado em ilha que sofre com avanço do mar

Maltratado, o cachorro desenvolveu um corte profundo no pescoço após ser mantido acorrentado

28 de outubro de 2021
Mariana Dandara | Redação ANDA
2 min. de leitura
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Foto: Jessica Ferreira/Arquivo pessoal

Um cachorro foi resgatado com um ferimento profundo no pescoço após ser abandonado no Arquipélago do Bailique, região que sofre com o avanço do mar no Amapá. Ativistas da causa animal enfrentaram uma viagem de barco de 12 horas para salvar a vida do animal, que sofria com larvas no pescoço.

Coordenadora do grupo Ajuda Animal, a estudante Jessica Ferreira, de 25 anos, viajou em uma embarcação na companhia do voluntário Victor Hugo Fernandes. Eles saíram de Macapá no sábado (22) e só retornaram à capital na terça-feira (26).

O resgate foi realizado após uma professora da comunidade pedir ajuda para o cachorro que ficou ferido por ser mantido acorrentado. O corte no pescoço infeccionou, moscas botaram ovos que deram origem a larvas e o animal passou a ser devorado vivo pelos parasitas. Após o cão adoecer, o tutor o soltou, abandonando-o.

Num primeiro momento, Jéssica tentou enviar remédios para o animal, mas como não conseguiu, pediu ajuda à prefeitura, que autorizou a viagem gratuita no barco que levava ajuda humanitária para os moradores da região. E assim a dupla de ativistas partiu, com destino ao arquipélago, no fim da noite de sábado (23).

“O cachorro foi maltratado durante tanto tempo numa coleira e depois o dono soltou, e além de ter visto o caso do pescoço dele, ele o abandonou, só que isso foi agravando e quando a gente recebeu a denuncia da professora, ela estava clamando socorro, então eu resolvi ir lá”, disse Jéssica ao G1.

Foto: Jessica Ferreira/Arquivo pessoal

Além dos animais, os moradores da ilha também sofrem com a salinização do Rio Amazonas e enfrentam a sede por não poderem consumir a água. “Eu fui em um período tão complicado que é esse da salinização da água. Lá não tem luz, não tem sinal de telefone, falta comida e água que é o básico. Uma criança me pediu água porque estava sem tomar desde o dia anterior”, contou a ativista.

No domingo (24), Jéssica e Victor Hugo chegaram no arquipélago em meio à sujeira e galhos de plantas, com a ferida exposta exalando forte odor. Eles limparam o ferimento, fizeram curativos e retornaram a Macapá, onde chegaram na terça-feira.

“A gente fez parte do curativo no barco, foi difícil porque as pessoas ficaram achando desagradável, mas depois que a gente fez o curativo as pessoas foram se sensibilizando. O odor estava demais, ninguém conseguia chegar perto do animal”, contou Jéssica.

Internado em uma clínica veterinária, o cachorro conta com a solidariedade da população para ser tratado, já que uma campanha de arrecadação de recursos foi iniciada pelo grupo de proteção animal.

Foto: Jessica Ferreira/Arquivo pessoal

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