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DESERTIFICAÇÃO

Fotógrafo retrata a extrema seca do Pantanal após 1 ano de queimada histórica

24 de setembro de 2021
Beatriz Paoletti | Redação ANDA
3 min. de leitura
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Foto: Ricardo Martins

De acordo com o G1, Ricardo Martins, especialista em fotografia de natureza e premiado pelo Jabuti em 2012, fez uma travessia pelo Pantanal em agosto deste ano para registrar a falta de água do bioma. As imagens retratam a resiliência pós queimada histórica que já faz 1 ano, e o impacto da seca na região. 

Um exemplo de imagem capturada foi um jacaré morto com a pele extremamente ressecada a ponto de se confundir com a secura do solo. Outro retrato é de uma anta na reserva, com muita pouca água e com urubus à espreita. 

“O Pantanal é um ciclo, ele enche, ele seca, só que eu nunca tinha visto uma seca desse jeito. E conversando com as pessoas de lá todo mundo me falava: muito seco, muito tempo sem chover, e eu vi cenas bem dramáticas, principalmente de jacarés na busca pela água”, falou ao G1.

O fotógrafo explicou que seu pai é nativo do bioma, e por isso ele (Ricardo) é bastante familiarizado com a região, tendo a visitado várias vezes “Por esse motivo, quis fazer um livro e homenagear a região, que aliás me inspirou a ser fotógrafo de natureza”. Ele está lançando o livro “Pantanal, um patrimônio natural e sua cultura”.

Em sua expedição, Ricardo Martins viu jacarés que pareciam estar mortos, com a aparência que se assemelhavam às de um cadáver, e se surpreendeu ao chegar perto e eles se movimentarem. “Nem passava pela minha cabeça que aquele animal pudesse estar vivo, para mim ele era pele e osso. Tanto é que nem imaginei, mas, na hora que você chega perto, ele começa a se mexer. Então, pareciam zumbis andando”, relatou.

O fotógrafo lembra de ver uma anta utilizando um resto de água de uma reserva que já foi alagada: “Era um tanque de água, e hoje você encontra já totalmente seco. Ela estava se enfiando naquele barro até onde dava, com os olhos fechados de desespero, ali como se fosse um oásis, no meio do nada, e é o que ela tinha. E eu andei no meio dela e ela nem se preocupou de sair de tão exausta. Tinham urubus em volta verificando se ela estava morta”.

Incidência alta de incêndios no Pantanal

Em 2020, o Pantanal atingiu o maior número de focos de fogo desde o início do monitoramento do Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Pesquisadores acreditam que 17 milhões de vertebrados morreram por consequência das queimadas.

Veja algumas das fotos de Ricardo Martins:

Foto: Ricardo Martins
Foto: Ricardo Martins
Foto: Ricardo Martins

 

 

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