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SENTENÇA INÉDITA

Caçadores são condenados por tráfico de chifres de rinocerontes e marfim

Quatro homens - três irlandeses e um inglês - que disseram ser membros da gangue Rathkeale Rovers foram sentenciados à prisão

22 de setembro de 2021
Kim Willsher (The Guardian) | Traduzido por Cibele Garcia
3 min. de leitura
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Foto: Ilustração | Pixabay

Um tribunal francês condenou oito homens, incluindo membros de uma gangue irlandesa, por tráfico de chifre de rinoceronte e marfim entre a Europa e o leste da Ásia.

Quatro homens – três irlandeses e um inglês – que afirmaram ser membros da gangue Rathkeale Rovers foram condenados à prisão, no entanto, dois foram poupados da prisão dado que as sentenças foram suspensas.

O tribunal impôs um total de €316,000 (£270,000) em multas.

Três dos homens não compareceram ao tribunal especial em Rennes, no oeste da França, e estão sujeitos a mandados internacionais de prisão.

Charlotte Nithart, presidente do grupo ambiental Robin des Bois (Robin Hood), acolheu o julgamento que ela afirmou ser “educativo e dissuasivo… para todos aqueles que se envolverem no tráfico de vida selvagem e especularem espécies ameaçadas de extinção”.

“Antes do tráfico, há a caça furtiva que causa devastação social e ambiental,” ela disse depois do veredito.

Os promotores franceses começaram a investigar depois da polícia parar uma BMW numa blitz aleatória em uma autoestrada em setembro de 2015, e encontrar quatro presas de elefante não certificadas e €32,800 em dinheiro.

Os ocupantes do carro, alguns afirmaram ser negociantes de antiguidades, depois foram revelados ser parte de uma organização internacional de traficantes de chifre de rinoceronte e marfim, incluindo diversos de origem chinesa e viatnamita.

A polícia disse que os suspeitos irlandeses e inglês eram membros da Rathkeale Rovers, um clã criminoso nomeado em homenagem a uma cidadezinha nos arredores de Limerick no sul da Irlanda. Enraizados na comunidade itinerante, os membros da gangue foram associados a uma quantidade surpreendente de golpes pela Europa, América, África e Austrália.

Os detetives descobriram que os contrabandistas tinham duas oficinas na França para transformar marfim e chifre de rinoceronte em pó ou em flocos, e outros objetos que foram então exportados para o Vietnã e a China para serem usados na medicina tradicional.

Um chifre grande pesando quase 15kg foi confiscado durante a investigação. Robin des Bois disse que ele teria um valor aproximado de €13M em produtos exportados, uma vez que fosse processado.

Robin de Bois alegou que casas de leilões em Cannes, Toulouse e Le Puy facilitaram a exportação das presas para o Vietnã e a China.

A Rathkeale Rovers foi alvo de uma investigação conjunta da polícia europeia em 2010 que levou 31 pessoas a serem presas, incluindo prisões por roubo de chifres de rinocerontes, a agência de polícia europeia, Europol, afirma em seu website.

A gangue negociou antiguidades ilícitas, cigarros, bens elétricos, carros vintage e certificados falsos de testes do coronavírus.

Ela tem golpes no ramo do asfalto enganando clientes e empreiteiros, ganhando apelidos em diversos idiomas: “asfaltaris Irlandese” na Itália, “teerkolonne” na Alemanha e “les faux bitumeurs” na França. Os golpistas de macadame operaram supostamente na América do Sul, México, nos EUA e África do Sul.

A Europol avisou em fevereiro que os membros da Rathkeale Rovers estavam usando aplicativos de celular para falsificar resultados de testes de coronavírus, os quais foram vendidos, à época, para viajantes.

Em 2017 um tribunal federal em Miami condenou Michael Hegarty, tido como membro sênior da gangue, a 18 meses de prisão por contrabandear um copo de libação – esculpido do chifre de rinoceronte – dos EUA para a Inglaterra.

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